Atingidos fazem ato em Brasília (DF) pelo fim do massacre contra os palestinos

Manifestação aconteceu durante programação da Jornada de Lutas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na capital

Como parte da programação da Jornada Nacional de Lutas do MAB, que acontece em Brasília (DF), até o próximo dia 07, os militantes do Movimento realizaram um ato público em solidariedade ao povo palestino diante do massacre que o Estado de Israel vem praticando contra a população da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. O ato aconteceu no acampamento dos atingidos, nas imediações do ginásio Nilson Nelson, e contou com a participação de mais de 2.500 atingidos de todas as regiões do país e de representantes da comunidade palestina no Brasil.

No começo do ato, foi lido um manifesto que relembrou os eventos emblemáticos que marcam a história dos palestinos diante do colonialismo e da violência do sionismo. O texto relacionou as lutas das populações atingidas por barragens à causa do povo palestino. 

“Nós, atingidos e atingidas, sabemos bem o que é sentir na pele a violência da expulsão e conhecemos de perto a dor da injustiça. Por isso, não há, para nós, outro posicionamento possível que não a profunda solidariedade com o povo palestino, que vive sob o jugo da ocupação israelense há mais de 70 anos”, dizia um trecho do documento.

Em sua fala, Robson Formica, integrante da coordenação nacional do MAB, afirmou que o povo palestino é um povo de paz e que esse é o pressuposto fundamental para a construção de uma sociedade justa e igualitária, mas recordou que não há paz sem luta. 

“A paz só poderá ser alcançada quando deixar de existir qualquer tipo de exploração, qualquer tipo de dominação, qualquer tipo de opressão e qualquer tipo de preconceito entre os povos. Nós, historicamente, aprendemos que a paz só é possível quando o povo se organiza e luta. O povo palestino é um povo de paz que nos inspira através da sua luta e de sua resistência”, destacou o dirigente.

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O presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil – Fepal, Ualid Rabah, agradeceu a solidariedade dos atingidos por barragens e denunciou que a atual ofensiva de Israel pode ser considerada a maior limpeza étnica da história humana. Ao todo, já são 5 mil crianças mortas entre as quase 10 mil vítimas palestinas desde o começo do mês de outubro.

“Isso tem um objetivo, a esterilização coletiva dessa população, porque quando se elimina ventres e as crianças que nasceram anteontem, se compromete a capacidade de reprodução dessa população”, denunciou. 



Rabah defendeu ainda que o Estado brasileiro cancele os acordos de cooperação com o Estado de Israel e saudou a resistência dos povos em luta. “Não nascemos com dobradiças nas vértebras. Por isso, não nos dobraremos diante do extermínio e do colonialismo. A Palestina vencerá”, disse, emocionado.

Além de Rabah, estiveram presentes no ato o segundo secretário da embaixada da Palestina.no Brasil, Fares Nakhla, e a secretária de juventude da Fepal, Maynara Nafe.

Embora o Estado de Israel justifique a agressão ao povo palestino a partir da ação do Hamas no começo de outubro, os palestinos convivem há mais de 50 anos com a ocupação ilegal dos seus territórios, o deslocamento forçado e as prisões deliberadas dos seus cidadãos em prisões israelenses. Calcula-se que, atualmente, 5 mil palestinos permaneçam presos. Entre eles, estão mais de 300 crianças acusadas de atirar pedras contra tanques das forças de Israel. 

Pelo fim do genocídio! Do rio ao mar, a PALESTINA será livre!

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