Atingidos do Brasil recebem Marina Silva na Jornada de Lutas do MAB

A ministra participou da mesa sobre mudanças climáticas e as reivindicações das populações atingidas

“O que é um empreendimento viável para o Ministério do Meio Ambiente, de acordo com a legislação? Não é apenas o que tem viabilidade econômica, isso é importante. Mas é o que tem viabilidade social, cultural e ambiental”, defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante debate sobre as mudanças climáticas e as reivindicações das populações atingidas, na manhã desta segunda-feira (06). A atividade integra o segundo dia da Jornada de Lutas do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), em Brasília (DF). 

O MAB mobilizou um grupo de 2.500 atingidos e atingidas de todas as regiões brasileiras para participar da Jornada de Lutas do Movimento. A militância está acampada no estádio Nilson Nelson e as atividades foram iniciadas no dia 05 e se estendem até o dia 07 de novembro. A mobilização busca dar visibilidade para as principais reivindicações do movimento: a reparação e a efetivação dos direitos e políticas de proteção social para os atingidos, por parte do Estado brasileiro.

A presença da ministra no acampamento reafirmou o compromisso do governo atual com a causa das atingidas e atingidos do Brasil. O diálogo com Marina Silva já vem se desenhando desde o início do governo Lula. Em 20 de outubro, integrantes da coordenação do MAB apresentaram a pauta de reivindicações e o pedido de apoio à aprovação da Política Nacional de Direitos dos Atingidos (PNAB). 

Durante a Jornada de Lutas do MAB, Marina ressaltou a importância de ter ações preventivas que coíbam novas violações de direitos dos atingidos por grandes empreendimentos. Também afirmou que devem ser levados em conta os estudos que indicam a viabilidade ou não de grandes projetos, e que  as empresas precisam ser responsabilizadas em relação aos danos sociais,  ambientais, sociais e econômicos cometidos após crimes, como é o caso de Brumadinho (MG) e Mariana (MG).

“Não está sendo fácil, é um trabalho que está sendo realizado com acompanhamento do governos federal, de Minas Gerais, do Espírito Santo e com o ministro Márcio Macêdo e com a justiça. Juntos, temos trabalhado para que a voz dos atingidos, e de todos nós, faça parte dessa negociação.  Porque a gente não pode ter Mariana como algo que foi um desastre. Não foi um desastre, foi um crime. O Ministério Público avisou todo mundo e a mesma coisa depois se repetiu com Brumadinho. É um castigo muito grande. Mas contem comigo, com o Ministério do Meio Ambiente  e com o presidente Lula, para que a gente possa trabalhar”, finalizou a ministra.

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