Trabalhadores protestam contra falta de medidas de segurança na prevenção da Covid na CSN, em Congonhas (MG)

Ato foi motivado pela morte de uma funcionária da mineradora, que trabalhou infectada; empresa não realiza testes

O Sindicato Metabase Inconfidentes, o Movimento de Mulheres em Luta, o PSTU e o Movimento dos Atingidos por Barragens realizaram uma manifestação na Mina Casa de Pedra (da empresa CSN) na madrugada da última segunda-feira (26). Ao menos 50 ônibus não circularam.

O ato foi motivado pela morte de uma operária de 32 anos, no dia 23 de abril, em circunstâncias revoltantes. Ela saiu em férias e, em menos de uma semana, veio a falecer devido a complicações de Covid-19. Ou seja, considerado o tempo de encubação e evolução do vírus, significa que ela trabalhou doente.

A CSN tem mais de 7.500 trabalhadores e não realiza testes em seus funcionários; com esse procedimento elementar, muitas vidas seriam poupadas.

Declaradas atividade essencial, as mineradoras, que movimentam quase 20 mil operários em Congonhas, são vetor de propagação do vírus. Há relatos de trabalhadores que se contaminaram no ambiente de trabalho, levaram o vírus para dentro de casa, ocasionando mortes na família.

Os trabalhadores lutam por testagem em massa, mudança na organização do trabalho para evitar aglomeração e, principalmente, licença remunerada com salários e todos os benefícios garantidos.

O Sindicato Metabase Inconfidentes afirma que ‘repudia a postura adotada pela CSN, apoiada pela covardia e irresponsabilidade dos governos (federal, estadual e municipal), que negligenciam a vida dos trabalhadores. O sindicato relata, ainda, que denunciou a prática minerária na CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), a qual deu prazo de 90 dias para governo e empresas se manifestarem.

O MAB alerta que os lucros exorbitantes das mineradoras ocorrem à custa da precarização das condições de trabalho com aumento da exploração e opção de governos pelo dinheiro.

Em 2020, a CSN obteve a cifra de 4,5 bilhões de lucro líquido. No mesmo ano, grandes empresas, no Brasil, ganharam 331 bilhões em renúncias fiscais. A previsão para 2021 é de 457 bilhões.

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