CSN falta à audiência convocada pela ALMG sobre expansão da atividade da empresa em Congonhas (MG)

MAB denuncia riscos da expansão da mineração da CSN para município que já tem 24 barragens e uma série de problemas relacionadas à contaminação do ar e da água

Apesar da presença da mineradora ter sido requerida pelos parlamentares, a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, informou, em nota, “que não havia representantes disponíveis” e não compareceu à audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta segunda, 25.

Apesar de não se preocupar em prestar contas ao povo nem aos parlamentares, a CSN fez questão de reforçar, no seu posicionamento, que segue realizando investimentos em sua expansão, que representará um salto na produção de 33 para 100 milhões de toneladas/ano de minério. Atualmente, Congonhas tem mais de 24 barragens, incluindo a Casa de Pedra, de propriedade da CSN, que está em nível 3 de alerta de rompimento e é a maior barragem de rejeitos em área urbana na América Latina.

Na última sexta, 22 a CSN censurou, inclusive, a participação de diversos atingidos e lideranças de Congonhas em uma fiscalização que realizaram, via Comissão externa de segurança de barragens da Câmara dos Deputados.

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O que a mineradora tem a esconder do povo?

Na audiência, os moradores relataram os inúmeros problemas enfrentados há anos no município por causa da exploração do minério como a péssima qualidade do ar e da água no município.

“Essa postura da CSN mostra um total desrespeito com a população de Congonhas e a sua falta de compromisso com a segurança do povo. A empresa precisa entender que não e dona da cidade e que deve, sim, prestar contas aos moradores do território de onde ela extrai toda sua riqueza. Esse silêncio é extremamente covarde”, afirmou Lucas Paiva, integrante da coordenação do MAB na região.

Neste contexto, Padre Claret, também membro da coordenação do MAB, denunciou, durante a audiência, que o projeto de expansão da CSN coloca em risco a existência do município, não só pelos danos socioambientais. “A mineradora já é proprietária de 40% do território de Congonhas e, agora, pretende avançar sobre o restante do município. Estamos falando aqui sobre algo muito sério. Não se trata apenas da expansão, mas dá possibilidade de extinção de um município histórico”, ressaltou.

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