Prepare o bolso e o voto: vem aí um “tarifaço” na conta de luz após as eleições
O Governo Bolsonaro deixou preparada uma armadilha que causará grandes aumentos a serem aplicados na conta de luz dos brasileiros logo após as eleições presidenciais: entenda em 5 pontos
Publicado 15/09/2022 - Atualizado 15/09/2022
O brasileiro já paga mensalmente a segunda tarifa de energia mais cara do mundo, mas a situação vai piorar significativamente após as eleições. Apesar do baixo custo para se produzir hidroeletricidade no país, o governo Bolsonaro tem realizado uma série de manobras para garantir lucros abusivos para as empresas do setor elétrico através de aumentos exorbitantes que irão recair sobre o povo a partir de 2023.
A própria inflação irá causar ajustes impactantes na conta de luz. Hoje, as empresas de energia elétrica possuem quatro mecanismos para aumentar as tarifas (Revisão Periódica; Reajuste Anual; Revisão Extraordinária e Bandeiras Tarifárias). Só o IPCA nos últimos 12 meses (julho/2021-junho/2022) ficou em 11,3%. Esse é um dos ajustes que será aplicado no próximo ano. Além da inflação, porém, a tarifa de energia será afetada por diversas manobras do governo Bolsonaro que vão causar uma verdadeira explosão na tarifa de luz dos brasileiros.
Entenda em 5 pontos:
1 – Privatização da Eletrobras
A privatização da Eletrobras causará 25% de aumento médio nas contas de luz. No último mês de junho, o Governo Bolsonaro aprovou a venda da Eletrobras, que possuía 125 usinas com capacidade de 50.000 MW (91% hidráulica), 71.000 quilômetros de linhas de transmissão e 335 subestações de eletricidade operadas por 12.500 trabalhadores de alta qualidade e produtividade. Com isso, as usinas, que vendiam sua energia a R$ 65,00/1.000kWh, passarão a praticar preços de mercado, subindo suas taxas para cerca de R$ 300,00/1.000kWh. Essa diferença vai se transformar em aumentos significativos nas contas de luz após as eleições.
2 – Contratação de térmicas e PCH’s
O custo da energia no Brasil também será impactado por barganhas feitas pelo governo com o Congresso Nacional para aprovar a lei da privatização. Durante a tramitação do PL que autorizou a entrega da estatal à iniciativa privada, o governo aceitou termos como a obrigatoriedade de contratação de energia de termelétricas (8.000 MW) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (2.000 MW), que são de propriedade de parlamentares, entre outros termos para que o projeto passasse na no Senado e na Câmara. O custo dessa manobra (cerca de R$ 40 bilhões por ano) será repassado em aumentos nas contas de luz do consumidor final até o ano de 2052, se não mudarmos o governo.
3 – Conta Covid
Durante a pandemia do Covid-19, Bolsonaro transferiu R$ 15,3 bilhões (levantados através de empréstimos em bancos) para as empresas de energia com o objetivo de manter os altíssimos lucros dos acionistas durante a crise. Esse rombo é chamado de conta-covid. O plano é obrigar a população a pagar todo o valor do empréstimo acrescido de juros abusivos (um total de R$ 20 bilhões) por meio das contas de luz após as eleições.
4 – Conta da Escassez Hídrica
O custo exorbitante da contratação de energia das usinas térmicas em 2021 – justificada pela farsa da crise hídrica – será igualmente cobrado dos brasileiros. Primeiro, o Governo Bolsonaro deixou que as empresas do setor elétrico esvaziassem completamente os reservatórios das barragens em 2020, sem necessidade. O esvaziamento forçou a contratação emergencial da energia de usinas que usam combustíveis para gerar energia. Vale lembrar que, neste mesmo período, o governo havia permitido que se aplicassem 88 reajustes no valor do óleo diesel, resultando em 170% de aumento até junho de 2022. Enquanto a Eletrobras vendia energia a R$ 65,00/1.000kWh, Bolsonaro contratou a energia de térmicas que estavam cobrando de R$ 1.563,00/1.000kWh. Esse valor impactado pelo aumento do preço dos combustíveis, criou um gigantesco rombo de R$ 39 bilhões. Para cobrir esse gasto, o governo criou a Bandeira Tarifária da Escassez Hídrica, aplicando um aumento de 20% nas contas de luz, fora impostos.
Neste ano eleitoral, o governo deixou de cobrar a taxa das bandeiras, mas está emprestando dinheiro para as empresas do setor por meio de um mecanismo chamado de “conta da escassez hídrica”. Esse valor será repassado ao povo através de aumentos nas contas de luz entre 2023 e 2027.
5 – Subsídio para os mais ricos
Grandes empresários estão instalando placas solares em suas casas e fábricas para reduzir sua conta de luz incentivados por subsídios que geram um rombo bilionário para o governo. O custo os descontos aplicados na conta das empresas está sendo cobrado dos demais consumidores que não têm acesso a placas solares. Esse valor é cobrado por meio da chamada Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que chegou a R$ 32 bilhões em 2022. A partir de 2023 o prejuízo será ainda maior.
Nossa missão é derrotar o governo Bolsonaro
Diante dessa realidade, nossa tarefa é derrotar o Governo Bolsonaro, eleger Lula para mudar a política de preços no setor elétrico e enfrentar as armadilhas deixadas pelo atual governo. Essa é nossa missão histórica e nosso compromisso com o setor elétrico.