Em SP, população atendida pela Elektro terá aumento nas contas de luz acima da inflação

Concessionária de energia que atua nas regiões sul, oeste e leste do estado teve autorização para cobrar aumento de 5% nas tarifas

Na última terça-feira (25), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou que as tarifas de energia elétrica da Elektro aumentem 5,36%, que para os consumidores residenciais representará um aumento de 5,02% nas contas.

Segundo o site da Elektro, o reajuste foi causado, em especial, pelos custos de transmissão e de aquisição de energia, porém, sem explicar detalhes da origem destes custos. As novas tarifas já estão em vigor.

Em primeiro lugar, é preciso destacar que o reajuste está bem acima da inflação registrada pelo IPCA (índice oficial do IBGE) que é de 2,31% em 12 meses, até julho deste ano, representando o encarecimento relativo da vida do povo.

Outro ponto é que o aumento das tarifas ocorre em meio à pandemia da Covid-19, em uma situação generalizada de queda na renda e emprego de grande parte da população brasileira, especialmente dos mais pobres, e portanto, o aumento da tarifa terá grande enorme peso sobre o custo de vida da população.

Os valores dos custos de transmissão e aquisição de energia, como a empresa aponta, também deveriam acompanhar a inflação, sem sustentar o aumento excessivo dos preços. Neste ponto, a Aneel é negligente ao não exercer seu papel de reguladora, e apenas funcionar como promotora do faturamento extraordinário das empresas.

A Elektro é uma empresa privada, sociedade anônima, resultado do processo de privatização da Cesp em 1998. Hoje é controlada principalmente pela holding do Grupo Neoenergia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, tendo como principal acionista o grupo privado espanhol Iberdrola. Atua na distribuição de energia em 223 municípios de São Paulo e em 5 do Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, o aumento das tarifas atingirá de forma negativa a milhões de brasileiros.

No estado de São Paulo, já acompanhamos a aplicação de preços abusivos de tarifas de energia elétrica pela Enel, que além de cobrar um preço injusto pela energia, coloca em risco a vida do povo em meio à pandemia. Nos últimos dias, vemos milhares de pessoas em aglomeração nos postos da empresa tentando entender o aumento no valor que tiveram nas contas de luz, além da renegociação das dívidas.

Enquanto grande parte da população passa por dificuldades durante a crise econômica e sanitária, as grandes empresas do setor elétrico continuam acumulando aumento em suas tarifas. Os sucessivos aumentos da tarifa, mesmo acima da inflação, terão mais impacto para a população de baixa renda, o que só faz aumentar as enormes desigualdades já existentes. Em suma, as empresas do setor jogam a crise econômica atual nas costas do povo, garantindo os seus lucros extraordinários.

Nós, do MAB, exigimos a revisão desses valores, um preço justo para a população, principalmente para os mais pobres, em especial neste momento crítico de crise sanitária e econômica a qual atravessamos!

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