Nota de repúdio: atingidas por barragens manifestam indignação e repulsa com a declaração do presidente da República

Mulheres atingidas por barragens de todo o país repudiam fala de Bolsonaro sobre adolescentes venezuelanas

Encontro Nacional das Mulheres Atingidas em Defesa da Vida. Brasília, junho de 2019. Foto: Marcelo Aguilar

As mulheres atingidas por barragens manifestam indignação e repulsa com a declaração do presidente da República que afirmou que “pintou um clima”, se referindo a adolescentes venezuelanas que vivem no Distrito Federal.

Vivemos numa sociedade capitalista, patriarcal, dividida em classes sociais antagônicas, onde as mulheres são as “vítimas necessárias” para manter esta estrutura de sociedade e de poder. Essa realidade é marcada pela desigualdade de gênero e de raça na divisão sexual do trabalho, o que produz a violência contra as mulheres que testemunhamos diariamente. A pensadora brasileira Saffioti (2015) já alertava que o Patriarcado é “o regime de dominação-exploração das mulheres pelos homens”.

Na condição de Chefe de Estado, Bolsonaro deveria ser o exemplo de proteção e cuidado com o seu povo, mas, pelo contrário, age como estimulador de práticas que a sociedade brasileira repudia.

As mulheres atingidas por barragens e suas filhas sentem na pele o drama da violência com o aumento da prostituição de mulheres e exploração sexual de crianças e adolescentes no período de construção de barragens.

A fala do presidente não atinge apenas as vítimas adolescentes, mas representa um ataque a todas as mulheres de nosso país que lutam pela eliminação da violência de gênero e para que os direitos humanos sejam uma realidade.

O momento é de busca por transformações dessa realidade e novas práticas devem ser assumidas por todas e todos para avançar na efetivação do feminismo popular.

MULHERES, ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS!

Mulheres da Coordenação Nacional do MAB

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