Nota de repúdio à invasão do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (PA)

Esse ato não é isolado, mas faz parte de uma escalada de violência contra defensores de direitos humanos na Amazônia

Recebemos com muita preocupação a notícia de que um grupo de colonos organizados por fazendeiros e madeireiros invadiu a sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém na manhã desta segunda-feira (03).

Manifestamos nossa profunda solidariedade ao Sindicato, à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e a todas as lideranças e famílias filiadas a esta organização que cumpriu um papel histórico na luta pela democracia no Brasil. Reafirmamos nossa indignação com esse tipo de violência criminosa e fascista.

Alertamos também para os riscos de recrudescimento da violência na região e chamamos atenção do governo do estado do Pará e do Ministério Público para essa situação. Entendemos que aqueles que participaram desse ato criminoso devem ser responsabilizados judicialmente.

Denunciamos que não é de hoje que este setor vem intimidando e ameaçando lideranças, defensores de direitos humanos e organizações sociais. Essa violência não vitima apenas lideranças locais: lembramos de um episódio ocorrido em setembro de 2018 no qual membros da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) foram atacados e cerceados, inclusive impedidos de realizar diligências na região.

O que ocorreu hoje não é um episodio isolado, mas faz parte de um conjunto de ofensivas incentivadas pela política criminosa para a Amazônia promovida pelo então ministro do meio ambiente Ricardo Salles e o presidente da república Jair Bolsonaro. Intimidação, perseguição, incêndios criminosos, assassinatos de lideranças são práticas do poder econômico da região e da política desse governo genocida.

É preciso dar um basta e defender a democracia e a paz no Brasil e na Amazônia.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro

| Publicado 26/05/2021 por Movimento dos Atingidos por Barragens

Indignação por mais um ataque ao povo Munduruku

Em mais um episódio de violência na Amazônia, garimpeiros atacam aldeia na Terra Indígena Munduruku

| Publicado 06/04/2021

Nota de pesar pelo falecimento de Cássio Freire Beda

Cássio atuava junto ao povo Munduruku na região do Tapajós

| Publicado 13/10/2021 por Coletivo Nacional de Comunicação do MAB

O Rio (Tapajós) não está pra peixes. A história da luta de Joelma Oliveira na defesa da Amazônia

Moradora de Itaituba (PA), a militante do Movimento dos Atingidos por Barragens luta contra um modelo de desenvolvimento que, além de gerar diversos impactos ambientais e sociais para o Tapajós, aumenta os índices de violência contra as mulheres.