Seminário na Câmara lança Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional
Foto:Benildes Rodrigues Nesta quarta-feira (4), com auditório lotado, foi lançada na Câmara dos Deputados a Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional em um Seminário organizado pelas Frentes […]
Publicado 04/09/2019
Foto:Benildes Rodrigues
Nesta quarta-feira (4), com auditório lotado, foi lançada na Câmara dos Deputados a Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional em um Seminário organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. O evento reuniu diversos atores políticos entre parlamentares e representantes de movimentos populares, sindicatos, igrejas, ONGs.
No evento, foi apresentado um manifesto coletivo pela soberania nacional, lido pelo ex-senador Roberto Requião. “O Brasil que desejamos é muito maior do que este que está sendo destruído pelo governo ultraliberal e autoritário, submisso ao sistema financeiro nacional e internacional. Convocamos todos os brasileiros e brasileiras, quaisquer que sejam suas preferências políticas e partidárias, a se unir em defesa da soberania nacional ameaçada”, diz um trecho do texto.
O Movimento dos Atingidos por Barragens, integrante da articulação, avalia o Seminário e a consolidação da Frente como algo positivo e que deve potencializar as lutas em defesa dos interesses da população brasileira. “O debate sobre soberania coloca claramente o ataque que, a partir do golpe, o imperialismo vem fazendo aqui no país com as propostas de privatização do nosso setor estratégico: petróleo, setor elétrico, bancos públicos, educação; e a Amazônia que está sendo desmontada pelos interesses do capital”, pontua Joceli Andrioli.
Dilma Rousseff (PT) participou da mesa e relacionou o tema com o golpe que sofreu em 2016. A ex-presidenta falou do interesse das multinacionais na abertura dos blocos do pré-sal e comentou a atual fase da estatal: “Nenhum país do mundo faz o que eles estão tentando fazer, hoje as grandes empresas de petróleo do mundo são nacionais. A Petrobras é simbólica para o Brasil, explica.
Foto:Benildes Rodrigues
O ex-presidente Lula enviou uma carta para a plenária, lida por Fernando Haddad (PT), em que opinou sobre o momento atual da relação internacional do Brasil: “Bolsonaro entregou nossa política externa aos Estados Unidos. Deu a eles, a troco de nada, a Base de Alcântara, uma posição privilegiada em que poderíamos desenvolver um projeto aeroespacial brasileiro. Rebaixou a diplomacia a um assunto de família e de conselheiros que dizem que a terra é plana”, afirma Lula.
Para detalhar o avanço do processo de privatização das empresas brasileiras, estiveram presentes Rita Serrano, conselheira eleita da Caixa Econômica Federal e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e Guilherme Estrela, ex-diretor de exploração e produção da Petrobras. Na contextualização do debate, estava o ex-chanceler Celso Amorim.
Ao final do Seminário, foi colocada a perspectiva de levar o debate aos estados, por meio de comitês, além de um calendário de lutas conjuntas que coloca o dia 3 de outubro em destaque na defesa da Petrobras. No dia 25 de outubro, está marcado um ato em Brumadinho (MG) que vai pautar a reestatização da Vale.