Movimento defende frente ampla para derrubar jornada de trabalho imposta pela mineradora
Publicado 12/02/2021 - Atualizado 12/02/2021
Com resultado apertado (333 a 310 votos), a Vale emplacou uma jornada de trabalho de 12 horas por um período de três meses em Congonhas (MG). As votações ocorreram nas minas de Viga, Timbopeba e Fábrica, entre os dias 8 e 10 de fevereiro.
O Sindicato Metabase Inconficentes, que representa a categoria, convidou o MAB a participar das assembleias de votação, mas a Vale proibiu.
Ivan, membro do sindicato, considera essa diferença de apenas 23 votos uma vitória política da classe trabalhadora, pois boa parte dela resistiu às pressões e chantagens da mineradora.
Rafael Ávila, presidente do Sindicato Metabase Inconfidentes, afirma que “uma parte importante da categoria está entendendo o que nós estamos falando e discutindo com os trabalhadores. Vamos ter que fazer o teste de três meses nessa jornada extenuante de 12 horas”.
Segundo Ávila, essa jornada “vai trazer problema para o conjunto dos trabalhadores e para as cidades mineradoras, refletido no desemprego, na piora da saúde e da segurança, no aumento da exploração do trabalhador”.
“O suposto ganho econômico é ilusório pelo aumento das horas de trabalho e impactos negativos na qualidade de vida do trabalhador”, explica o sindicalista que afirma que a luta está apenas começando .
O MAB considera a jornada de 12 horas um sistema de escravidão. E reafirma que o padrão global de operação da Vale tem como objetivo único a acumulação de lucro.
A mineradora não parou um dia sequer durante toda a pandemia, mesmo colocando em risco a saúde dos trabalhadores e suas famílias e da sociedade em geral. E, desde o crime em Brumadinho, o valor da empresa saltou de 226 para 474 bilhões.
Para o Movimento dos Atingidos por Barragens, essa luta não é somente dos trabalhadores. Igrejas, associações, poder público, todos precisam se envolver, pois a unidade de classe é nossa força.