Pesar pelo falecimento do padre Bruno Sechi

Com muita angústia nós do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) recebemos ontem a triste e dolorosa notícia da perda de padre Bruno Sechi, exatamente num momento tão difícil em que estamos passando em um cenário de extrema violência e de pandemia que atinge profundamente os vulneráveis.

Leva-me aonde os homens necessitem tua palavra
Necessitem de força de viver
Onde falte a esperança, onde tudo seja triste
Simplesmente por não saber de ti – Alma missionária.

Com muita angústia nós do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) recebemos ontem a triste e dolorosa notícia da perda de padre Bruno Sechi, exatamente num momento tão difícil em que estamos passando em um cenário de extrema violência e de pandemia que atinge profundamente os vulneráveis. Perdemos um aliado incansável na defesa dos mais marginalizados, pobres e vulneráveis.

Padre Bruno foi um grande defensor da justiça social e dos direitos humanos, cuja luta, que iniciou ainda quando recém chegado de sua terra natal italiana, reside no coração da Amazônia, em terras cabanas.

Ele se colocou em seu posto como “pastor junto à suas ovelhas”, tendo sua atuação pastoral nas periferias de Belém, sobretudo nos bairros da Sacramenta e no Benguí. Iniciou seu trabalho ainda na década de 1970, atuando com os grupos de jovens e ao lado de uma juventude que sofre a marginalização social. 

Fundou o movimento República de Emaús e consolidou o trabalho de base no meio da periferia de Belém. Foi uma das vozes que sempre se levantou contra a exploração de crianças e adolescentes, contra as arbitrariedades do Estado. Na sua jornada, foi um dos fundadores do ECA – Estatuto da Criança e Adolescente, crítico ferrenho da redução da maioridade penal e sempre firme com seus ideias.  

Para nós das organizações populares e do MAB, fica o seu legado, de um homem corajoso que enfrentou as mazelas e as desigualdades sociais. Nos paira um sentimento de perda, mas ao mesmo tempo um incentivo de luta popular por dignidade, justiça e direitos.

Em uma de suas últimas entrevistas ele afirmava: “o caminho da construção de uma sociedade nova é o caminho da solidariedade” e nisso ele acreditava como uma profissão de fé. Padre Bruno viveu o Evangelho de Jesus de Nazaré. Expressamos nossa solidariedade aos familiares e aos membros da República de Emaús.

Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.  Mt, 11, 25

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