NOTA | MAB se solidariza com atingidos de Cachoeiras de Macacu (RJ) e cobra medidas urgentes

Segundo a Defesa Civil Municipal, o município contabiliza mais de quatro mil pessoas atingidas diretamente

Transbordamento dos rios levou a água a invadir ruas, casas e destruir plantações. Foto: Reprodução

Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), no município de Cachoeiras de Macacu (RJ), temos acompanhado com preocupação a situação das famílias atingidas pelas fortes chuvas desde sexta-feira (22) no território. Assim como em todo o estado, o município foi fortemente atingido pelas fortes chuvas que causaram grandes transtornos e perdas da  produção agrícola, que é responsável pelo sustento da população. 

Com as fortes chuvas, os níveis dos rios Macacu e Guapiaçu subiram rapidamente, causando danos nos assentamentos São José da Boa Morte e Marubaí, que concentram grande volume de produção de alimentos. Várias famílias estão desabrigadas, porque tiveram que sair às pressas de suas casas e deixando para trás suas lavouras e animais, uma situação cíclica na região.

O MAB vem denunciando e cobrando medidas para a resolução dessa situação há bastante tempo, pois é flagrante o descaso da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e do Governo do Estado. As comunidades já contam nove rompimentos do dique na captação de água do Sistema Imunana-Laranjal, que abastece os municípios de Niterói, São Gonçalo, parte de Itaboraí e Paquetá, no município do Rio e parte de Maricá, totalizando cerca de dois milhões de pessoas atingidas. Esses agricultores perderam suas lavouras, animais e todo o planejamento do ano por falta de manutenção da barragem de responsabilidade da CEDAE.

Nos colocamos ao lado das famílias atingidas do município de Cachoeiras de Macacu, para continuarmos cobrando medidas para resolver estes graves problemas que colocam a vida, o trabalho e a dignidade de tanta gente em risco. É necessário que se tomem providências dos governos municipal, estadual e federal, nesse momento de dor em que se encontram essas populações. Também é urgente que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Secretária de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro socorram os produtores da agricultura familiar do município nesse momento. É justo, ainda, responsabilizar a Cedae e o Governo do Estado pela situação vivida em São José e Marubai, piorada pela falta de manutenção nas comportas da barragem e pelo assoreamento nos rios; por não haver adequados processos de dragagem e outras questões que minimizaria os danos, provocando, em períodos chuvosos, arrombamento dos diques dos assentamentos e, por consequência, toda a tragédia presenciada nos últimos dias. A Cedae e o governo estadual se negam a atender, e até mesmo receber, os atingidos que sofrem com o descaso.

Águas para a vida, não para a morte!

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