Cúpula marca protagonismo dos amazônidas no enfrentamento à emergência climática
Evento contará com a presença de atingidos por barragens de 7 estados da Amazônia
Publicado 26/07/2023 - Atualizado 26/07/2023
Nos dias 8 e 9 de agosto, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) realizará, em Belém (PA), a Cúpula da Amazônia – IV Reunião de Presidentes dos Estados. O encontro reunirá os líderes dos países membros da organização (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) para elaborar estratégias de cooperação e medidas de sustentabilidade e mitigação das mudanças climáticas.
Durante todo o mês de agosto, também acontecerão outras atividades e articulações que precedem a COP-30, a ser realizada no Brasil, em 2025. Entre os eventos programados para o mês estão os Diálogos Amazônicos (04 a 06 de agosto), a Assembleia e Marcha dos Povos da Terra pela Amazônia (07, 08 e 09 de agosto), o Seminário “Desafios da transição energética popular na Amazônia” (06 de agosto) e a Plenária Panamazônica da Via Campesina dia (07 de agosto).
“A Cúpula é a atividade dos Estados. Então, a gente vai fazer um processo de incidência e construir a Assembleia dos Povos da Terra pela Amazônia, com protagonismo do povo e dos movimentos sociais, um seminário para discutir a transição energética que queremos com parceiros e a Plenária Panamazônica da Via Campesina”, explica Francisco Kelvim, integrante da coordenação nacional do MAB.
Por isso, o MAB terá uma participação ativa na cúpula. “Tendo em vista o papel que a Amazônia tem para regulação do clima no planeta e serviços ecológicos que ela oferece, a Cúpula ganha uma dimensão tão grande quanto as Cops. A expectativa é que a Cúpula da Amazônia resulte em compromissos concretos e ações efetivas para a preservação do bioma”, finaliza Kelvim.
O MAB está mobilizando atingidos de sete estados da Amazônia, além de parceiros e militantes de outras organizações de outros países da Pan-Amazônia para a participação na Cúpula É o caso de Larissa dos Santos Farias, atingida pela Hidrelétrica de Tucuruí, no município de Cametá, nordeste paraense.
“Eu irei participar da Cúpula dos presidentes em agosto, porque é muito importante a presença de nós, atingidos, num evento que vai falar sobre a Amazônia, sobre o meio ambiente, a preservação, né? E também debater e marcar outras agendas para que possa haver mais diálogo e mais explicações sobre as mudanças climáticas, os impactos de grandes projetos como a Hidrovia Araguaia-Tocantins, que irá atingir diretamente o município”, alerta Larissa.
Preparação para a Cúpula dos Povos
Diálogos Amazônicos é uma programação prévia à Cúpula que vai acontecer entre os dias 4 e 6 de agosto, em Belém, no Hangar, e tem o objetivo de convocar a sociedade civil a participar das plenárias e espaços de construção de propostas para os presidentes dos países.
A Cúpula dos Presidentes da OTCA tem como objetivo fortalecer a cooperação entre os países amazônicos, promovendo ações conjuntas para a preservação da floresta e o desenvolvimento sustentável da região. Durante o encontro, serão discutidos temas como a proteção dos territórios indígenas, o combate ao desmatamento ilegal, a promoção de atividades econômicas sustentáveis e a preservação da biodiversidade.
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Além disso, a cúpula também abordará questões relacionadas à governança ambiental, cooperação científica, turismo sustentável, infraestrutura e energia na região amazônica. A OTCA, criada em 1995, tem como objetivo promover a cooperação regional e a integração dos países amazônicos. A organização busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, reconhecendo a importância da Amazônia para o bem-estar das populações locais e para o equilíbrio do planeta.
Um dos pontos de destaque da Cúpula será a participação ativa do Brasil, país que abriga a maior parte da Amazônia. O governo brasileiro terá a oportunidade de apresentar suas políticas e ações voltadas para a preservação da floresta e o desenvolvimento sustentável da região. Além disso, espera-se que sejam discutidas parcerias internacionais e a destinação de recursos financeiros para a implementação de projetos de preservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia.
A Cúpula da Amazônia também contará com a participação de organizações não governamentais, movimentos sociais e especialistas na área ambiental. Será um espaço de diálogo e troca de experiências, visando a construção de soluções conjuntas e o fortalecimento de ações em prol da preservação da floresta e do bem-estar das comunidades que nela habitam.