MAB participa de discussões que subsidiam posição brasileira na IV Cúpula de presidentes da OTCA

Movimento participou de discussões promovidas pelo Itamaraty entre governo e a sociedade civil brasileira para preparar posição do país e proposta inicial de declaração dos presidentes durante cúpula

Abertura do seminário contou com a presença de diferentes ministérios, parlamento amazônico e organizações da sociedade civil. Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Durante os dias 16, 17 e 18 de maio, acontece, no Palácio Itamaraty, em Brasília, o seminário “Desenvolvimento Sustentável na Amazônia”, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e a Fundação Alexandre de Gusmão. Entre os principais objetivos do evento estão o debate entre representantes de governo e da sociedade civil sobre temas importantes para a Amazônia, tais como florestas, água, clima, bioeconomia, prevenção e combate ao desmatamento e aos crimes ambientais, cooperação científica, saúde, segurança alimentar e a contribuição dos povos indígenas e dos povos e comunidades tradicionais como guardiões da biodiversidade amazônica.

O intuito principal é identificar e construir propostas para a região no contexto dos preparativos para a Cúpula da Amazônia – IV Reunião de Presidentes dos Estados Partes no Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA, que acontecerá em Belém (PA), entre 8 e 9 de agosto.

“Nossa maior preocupação é que a cúpula pode ser o momento de credenciar o Brasil para ser uma referência em um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, construído com ampla participação dos amazônidas”, afirma Francisco Kelvim, integrante da coordenação nacional do MAB.

Em conjunto com outras organizações e movimentos, o MAB cobrou maior participação nas discussões das propostas que serão tratadas na Cúpula. Foto: Reprodução

Outra reivindicação apresentada durante a reunião é que também haja discussão nos demais países sobre as propostas. “O Brasil pode e deve incentivar e estimular que as propostas para a Cúpula também sejam construídas com participação dos movimentos e organizações sociais dos demais países. Essa pode ser a primeira tarefa de uma diplomacia para a Amazônia que o Brasil pode estrear. Não adianta somente o Brasil proteger, sem os demais 9 países”, afirma Francisco.

FOSPA apresenta propostas para OTCA

A partir de um longo processo de discussão entre o Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), a Assembleia Mundial pela Amazônia (AMA) e as várias organizações da Bacia Amazônica, durante o seminário foram apresentadas propostas de ações para os presidentes de países da Amazônia são signatários da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica: 1. Evitemos o ponto de não retorno da Amazônia; 2. O destino da Amazônia é o destino de seus povos; 3. Salvemos a Amazônia da mineração e do mercúrio; 4. Água para a vida na Amazônia; 5. Financiamento direto, transparente, participativo e Não à mercantilização da Amazônia; e 6. Em defesa dos corpos e territórios das mulheres andino-amazônicas em sua diversidade.

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