MAB é recebido pela Defesa Civil de Juazeiro (BA) para discutir a situação dos atingidos pelas enchentes no bairro Angari
Comissão formada entre o MAB, Defesa Civil e Prefeitura vai propor ações de reparação de danos causados pela abertura de comportas da CHESF
Publicado 04/04/2023 - Atualizado 04/04/2023
Na manhã da última sexta-feira, 31, o coordenador da Defesa Civil de Juazeiro (BA), Ramiro Cordeiro, recebeu moradoras do bairro Angari e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia – SNDAE e do Coletivo Enxame para discutir sobre as enchentes causadas pela abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, de responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), que atingiu dezenas de famílias em Juazeiro nos anos de 2022 e 2023.
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Na ocasião, ficou determinada a construção de uma comissão entre o MAB, a Defesa Civil e a Prefeitura com o objetivo de dar suporte às famílias atingidas e planejar o seu deslocamento com segurança e agilidade em caso de possíveis novas enchentes. Essas ações devem atender as diretrizes da Lei nº 12.334/2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens. Além disso, foi agendada uma nova reunião entre o MAB, a Prefeitura, o Chefe de Gabinete, a Defesa Civil, a Secretaria de Obras, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (Sedes), o Coletivo Enxame e o SINDAE para dar encaminhamento a essa e outras pautas relacionadas às demandas dos moradores do bairro.
Desde o início de 2022, o MAB denuncia veementemente a postura da Chesf diante das aberturas de comportas na Barragem de Sobradinho, processo que se repetiu neste ano e atingiu novamente as famílias do Angari, obrigando-as a deixarem suas casas e trazendo diversos transtornos para o bairro. A mesma prática irresponsável foi adotada pela empresa na Usina Hidrelétrica de Pedra, localizada no Rio de Contas, cuja abertura de comportas atingiu cerca de 30 mil pessoas no município de Jequié, causando prejuízos materiais e imateriais às famílias.
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Para Marcos Souza, integrante da coordenação do MAB, é imprescindível o diálogo e a construção dessa comissão do poder público com os atingidos para que as demandas possam ser atendidas de forma eficaz. O coordenador também alerta sobre as insuficiências institucionais relacionadas ao processo de proteção e reparação da população atingida.
“Além de todas as medidas de prevenção e organização que queremos tomar junto ao poder público, precisamos que as questões estruturais que provocam esses alagamentos e todas as suas consequências sejam analisadas com maior atenção. A Chesf precisa participar de todos os processos de proteção, deslocamento e reparação das famílias atingidas”, aponta Marcos.