MAB tem dia de jornada de lutas contra preço da luz
Protestos organizados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acontecem em frente às distribuidoras de energia e pontos estratégicos de diversas cidades em todo o país
Publicado 18/11/2021 - Atualizado 18/11/2021
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Com cartazes exibindo mensagens de denúncia contra o preço abusivo da luz, população ocupou sedes de distribuidoras de energia em todo o país durante jornada do MAB na manhã desta quinta, 18. Os protestos simultâneos que aconteceram em cidades como Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Fortaleza (CE), Niterói (RJ) e Capitão de Leônidas Marques (PR) tinham o mesmo mote: “o preço da luz é um roubo”. Os atos também denunciaram preços exorbitantes do gás, dos alimentos e dos combustíveis. Manifestações seguem em outras cidades do país durante a tarde.
A proposta da Jornada é chamar a atenção para o impacto da inflação e das novas bandeiras tarifárias do setor elétrico no custo de vida da população de baixa renda. Além da bandeira tarifária “escassez hídrica” criada em 2021, documentos oficiais do governo e do próprio setor elétrico divulgados nesta semana preveem um novo aumento da tarifa superior a 20% em 2022. O reajuste vai impactar ainda mais o orçamento das famílias de todo o país que já sofrem com a alta da inflação de vários itens essenciais da cesta básica.
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Segundo o MAB, os preços abusivos da luz praticados no país servem para garantir a altíssima lucratividade das companhias do setor elétrico, pois a energia cara transfere renda de brasileiros, sobretudo dos mais pobres, para sócios de multinacionais e grandes investidores internacionais das companhias de energia.
“Os protestos de hoje foram muito importantes para que o MAB pudesse reforçar sua mensagem de luta nacionalmente contra as empresas transacionais que dominam o setor elétrico no Brasil, explorando a população através de tarifas abusivas nesse momento de crise e de altos índices de desemprego no ´país”, avalia Josivaldo Alves, coordenador do MAB, que acompanhou os protestos em Fortaleza (CE). Segundo o dirigente, durante os atos, integrantes do Movimento distribuíram uma edição especial do Jornal Brasil de Fato sobre as causas da inflação no país, atreladas a políticas econômicas do Governo Bolsonaro, como a privatização do setor elétrico e o fim de políticas de regulação do preço dos alimentos.
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No Maranhão, os atos aconteceram ontem, 17, com projeções realizadas na empresa termelétrica ENEVA, na Equatorial Energia, no Ministério da Economia, no prédio histórico da RFFSA e no Edifício Office tower, onde funciona a sede da Equinox Gold no Maranhão. A ação faz parte da Jornada Nacional de lutas do MAB contra os altos preços da luz e foi realizada em parceria com a brigada de ações simbólicas do MST.
A ENEVA, que foi alvo dos protestos na capital maranhense, é uma grande empresa controladora de termelétricas movidas a carvão mineral e gás natural. Trata-se de um dos exemplos das companhias do setor elétrico que têm aumentando sua lucratividade mesmo durante a pandemia. A empresa tem como um dos principais acionistas o banco BTG Pactual, maior comercializador de energia do país e que teve como um dos fundadores o ministro Paulo Guedes. No terceiro trimestre deste ano, a ENEVA lucrou mais de 363 milhões de reais, um valor 553% mais alto que no ano passado.
Em São Paulo, o endereço dos protestos foi a sede da Enel, distribuidora de energia do estado que, em 2020, ano de plena pandemia, teve aumento de 26,2% no lucro líquido em comparação ao ano anterior. Mesmo com a leve queda na receita bruta (de 1,4%), a própria empresa afirma nos seus relatórios que a diminuição da distribuição de energia foi compensada pelos reajustes da tarifa que viabilizaram esse efeito de aumento nos lucros.
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