Nota de repúdio à invasão do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (PA)

Esse ato não é isolado, mas faz parte de uma escalada de violência contra defensores de direitos humanos na Amazônia

Recebemos com muita preocupação a notícia de que um grupo de colonos organizados por fazendeiros e madeireiros invadiu a sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém na manhã desta segunda-feira (03).

Manifestamos nossa profunda solidariedade ao Sindicato, à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e a todas as lideranças e famílias filiadas a esta organização que cumpriu um papel histórico na luta pela democracia no Brasil. Reafirmamos nossa indignação com esse tipo de violência criminosa e fascista.

Alertamos também para os riscos de recrudescimento da violência na região e chamamos atenção do governo do estado do Pará e do Ministério Público para essa situação. Entendemos que aqueles que participaram desse ato criminoso devem ser responsabilizados judicialmente.

Denunciamos que não é de hoje que este setor vem intimidando e ameaçando lideranças, defensores de direitos humanos e organizações sociais. Essa violência não vitima apenas lideranças locais: lembramos de um episódio ocorrido em setembro de 2018 no qual membros da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) foram atacados e cerceados, inclusive impedidos de realizar diligências na região.

O que ocorreu hoje não é um episodio isolado, mas faz parte de um conjunto de ofensivas incentivadas pela política criminosa para a Amazônia promovida pelo então ministro do meio ambiente Ricardo Salles e o presidente da república Jair Bolsonaro. Intimidação, perseguição, incêndios criminosos, assassinatos de lideranças são práticas do poder econômico da região e da política desse governo genocida.

É preciso dar um basta e defender a democracia e a paz no Brasil e na Amazônia.

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