PA: Atingidos pelos portos do agronegócio interditam rodovia no Tapajós

O ato realizado foi uma forma de chamar atenção e deixar um recado tanto para as empresas como para os poderes públicos em todos os níveis, seja federal, estadual ou municipal.

Atingidos do bairro Nova Miritituba, do Distrito de Miritituba em Itaituba (PA) interditaram a via transportuária para chamar atenção do poder público e das empresas do agronegócio sobre os descasos sociais que tem prejudicado a vida das populações deste território. A ação foi feita junto à associação do bairro, Conselho de Fiscalização dos Investimentos e Empreendimentos no Distrito de Miritituba (CONGEFIMI) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

O Distrito de Miritituba está sendo tomado pelos portos do agronegócio, em um modelo de “desenvolvimento” e “progresso” que só tem uma finalidade, o lucro. O sonho de um verdadeiro desenvolvimento que traga melhorias de vida para o povo dessa região mais uma vez vai sendo encoberto pela poeira das carretas, mortes no trânsito, prostituição, violência e descaso social de modo geral.

Os direitos dessas populações mais uma vez não estão sendo respeitados, as empresas estão se instalando no território e cada vez mais aumenta as mazelas sociais gerando a violação de direitos humanos.

Os investimentos em saneamento, educação e saúde nunca serão prioridade para as empresas, os poderes públicos executivo e legislativo traçam uma política sem transparência, pois o povo não sabe onde são aplicados os recursos advindo dos portos. O município de Itaituba chega a receber em torno de 9,5 milhoes de reais anualmente advindo dos impostos gerados pelos portos.

Em oposição a esta riqueza, um dos exemplos visíveis desse modelo de desenvolvimento que não serve para essas populações é o espaço onde deveria ser uma creche no bairro Nova Miritituba, que está tomado pelo mato e com a obra parada.

É preciso muita luta popular para garantir os direitos dessas populações. A soja e o milho têm passado e deixado um rastro de destruição, o descaso social é visível, as políticas públicas não estão dentro deste modelo de desenvolvimento, portanto essa forma de desenvolver e de empreender não condiz com a realidade local.

O ato realizado foi uma forma de chamar atenção e deixar um recado tanto para as empresas como para os poderes públicos em todos os níveis, seja federal, estadual e municipal.

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