Nota do MAB contra fechamento de escolas em Cachoeiras de Macacu, RJ
Foto: Coletivo de Comunicação MAB O Movimento dos Atingidos por Barragens manifesta total repúdio a qualquer tentativa de fechamento de escolas do campo pela Secretaria Municipal de Educação do Rio […]
Publicado 18/12/2019
Foto: Coletivo de Comunicação MAB
O Movimento dos Atingidos por Barragens manifesta total repúdio a qualquer tentativa de fechamento de escolas do campo pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
A zona rural de Cachoeiras de Macacu está abandonada pelo poder público e há muito tempo não conta com transporte, saúde, estradas e demais obras de infraestrutura. E agora, a Secretaria Municipal de Educação ameaça fechar escolas na zona rural, como é o caso das escolas: de Serra Queimada e a Escola Estadual Municipalizada Colônia Agrícola Knust.
O projeto de barragem do rio Guapiaçu fez com que as comunidades que seriam afetadas fossem totalmente desprezadas pelo poder público. Atualmente, o assentamento Serra Queimada já não pode contar com nenhuma política pública; estradas abandonadas, posto de saúde sem atendimento, problemas com qualidade do fornecimento de energia, sem iluminação pública, transporte público, saneamento básico, e, agora, existe a ameaça de ficar sem sua escola.
É um absurdo que a Secretaria de Educação, que deveria ampliar o serviço prestado à população rural, oferecendo cursos de capacitação, creches e lazer para a comunidade, está considerando como prejuízo manter aberta uma escola no campo.
O MAB manifesta sua contrariedade a esse ato da Secretaria, que vai contra a população e demonstra que o governo de Cachoeiras de Macacu não se compromete com o povo. Ressaltamos que no início do mandato do prefeito Mauro Soares foi entregue uma pauta de reinvindicações pelos atingidos, onde uma das demandas era o não fechamento de escolas no campo; o governo municipal se comprometeu com nossa pauta à ocasião.
Além de manifestar nosso repúdio, afirmamos que estaremos em luta contra o fechamento de qualquer escola no município e convocamos toda a população a se manifestar contra esse ato que combate tudo o que temos construído e que tira, cada vez mais, da classe trabalhadora o direito à educação.
Também reivindicamos que os profissionais da educação tenham seus salários pagos em dia, basta de tanto descaso. Devemos sempre lembrar que, como Darcy Ribeiro dizia, a crise na educação não é crise, é projeto. Não aceitaremos esse projeto sobre nós. Educação não é mercadoria!