Projeto Veredas Sol e Lares dá o primeiro passo em Minas Gerais

Atingidos por barragens dão início aos primeiros passos do plano de desenvolvimento para a região do semiárido mineiro, por meio do Projeto Veredas Sol e Lares.   Na noite desta […]

Atingidos por barragens dão início aos primeiros passos do plano de desenvolvimento para a região do semiárido mineiro, por meio do Projeto Veredas Sol e Lares.

 


Na noite desta quinta-feira (12), aconteceu no campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Diamantina, a abertura do primeiro seminário de formação dos coordenadores e pesquisadores populares da pesquisa de participação social e diagnóstico dos municípios que serão beneficiados pelo Projeto Veredas Sol e Lares.

O projeto de desenvolvimento e pesquisa social, que contemplará 1250 famílias de 21 municípios do Semiárido mineiro, prevê além da operação da usina fotovoltaica e desconto na tarifa de energia, a organização social dos contemplados para pensar em um projeto demandado pelo povo. Ou seja, os atingidos irão pensar em um plano de desenvolvimento para região, voltados para acesso e produção de energia, educação, saúde, acesso a água, soberania alimentar, entre outros.

Durante a abertura, diversos segmentos que construíram o Projeto Veredas Sol e Lares, como a Cemig e suas empresas subsidiárias Energia Eficiencia e Axxion, PUC Minas, Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social-AEDAS, estiveram presentes e reforçaram a importância de um projeto protagonizado pela população do Semiárido.

Frederico Ribas, gerente do setor de Projetos e Desenvolvimento da Cemig comentou sobre o simbolismo deste projeto para empresa. “A gente espera que além das questões técnicas de uma usina, o projeto seja uma perspectiva de interação e envolvimento populacional muito grande. É um desafio, mas é uma grande escola para Cemig”, comentou o gerente.

Estiveram presentes no ato de abertura a representante da Secretaria de Governo, Neila Batista, o assessor do mandato do Deputado Estadual, Rogério Correia, Vagner Alves, o representante a reitoria da UFVJM, Professor Cláudio Marinho e a integrante da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social-AEDAS, Francine Pinheiro. A simbólica presença de Boaventura Soares, do Centro Alternativo Vicentinica (CAV), além do coordenador de Relações Institucionais e Comunitários da Cemig, Kelson Oliveira e representando as empresas subsidiárias da Cemig, Axxion e Eficiencia Energética, Dênio Alves.

 

Fazendo história

A cidade histórica de Diamantina, ainda no período colonial, teve o primeiro projeto de geração de energia elétrica a base hídrica, que foi inspiração para o Brasil inteiro. O método inovador era utilizado para aumentar a extração de diamantes e ouro, que os portugueses levavam para Europa para atender os interesses do Capitalismo.

“Estar em Diamantina, na abertura do início de um projeto de produção de energia voltado para atender a classe trabalhadora, contrapõe a construção de um Brasil que sempre foi quintal do Imperialismo internacional. Além disso, propõe a construção de um projeto para disputar outro modelo de desenvolvimento para região do semiárido. Tenho certeza que vamos fazer história para soberania da energia”, refletiu com os presentes, Aline Ruas, do Movimento dos Atingidos por Barragens.

 

Dentro da Universidade

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) conta com importantes parceiros para construção do diagnóstico social da região, como o Observatório dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, que, por dentro da UFVJM, irá ajudar na metodologia da pesquisa de participação social.

“Sabemos que UFVJM tem a necessidade de trazer os movimentos sociais para dentro da Universidade, para fazermos uma educação pública de qualidade e socialmente referenciada para o povo dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Esta será nossa participação enquanto Observatório” pontuou animada Aline Weber Sulzbacher, Professora da Universidade e do Observatório dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Com a participação dos estudantes da UFVJM, a integrante do MAB, Aline Ruas, facilitou o espaço sobre o modelo energético no Brasil. Intitulado “Projeto Energético Popular: uma necessidade de lutas para os próximos períodos”, a militante levou aos docentes a necessidade de pensar um projeto de soberania das bacias do Vale do Jequitinhonha e Pardo.

 

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