Atingidos conquistam redução de 35% na conta de luz em MG

Placa solar é fruto da luta que melhora a vida dos atingidos. É hora de ampliar este direito e fazer a luta contra as privatizações da energia que vão piorar […]

Placa solar é fruto da luta que melhora a vida dos atingidos. É hora de ampliar este direito e fazer a luta contra as privatizações da energia que vão piorar a vida do povo 

Nestes 27 anos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o esforço das famílias de garantirem vida e dignidade ultrapassou a fronteira das barrancas dos rios atingidos por lagos de represas para alcançar os grandes e pequenos centros urbanos onde um grande vilão da garantia do direito à moraria digna são as altas tarifas de gás, água e energia. 

Neste sentido, as pautas de lutas dos atingidos organizados pelo MAB também contemplam a luta pela execução de tecnologias sociais já amplamente difundidas e de pouco custo que trazem melhorias reais nas condições de vida das famílias garantindo o acesso a estes serviços essenciais que são direitos de todos. 

Uma destas conquistas é a instalação em várias partes do Brasil das Hortas PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável que possibilitam às famílias produzirem alimentos diversificados sem venenos com baixo custo gerando oportunidade de geração de trabalho e renda nas comunidades atingidas. 

Além das hortas, o projeto conquistado após muita pressão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e na Fundação Banco Brasil, permite também a instalação de placas solares para aquecimento de água que possibilita uma imensa economia naquilo que é um dos maiores vilões do orçamento doméstico: a conta de luz. 

“É muito importante para nós atingidos ter uma horta para produzir nossos alimentos de qualidade e livres de agrotóxicos, espaço para criar nossas galinhas, etc. Mas, a placa é fundamental, sobretudo neste momento que vive o Brasil de preços muitos altos da energia. Aqui vivemos em 3 pessoas e a placa solar nos permite economizar 35% na conta de luz e esta é uma grande conquista que temos que espalhar por todo lugar”, afirma Jose Cornelio Gomes, conhecido como Deco, militante o MAB e morador de Diogo de Vasconcelos, cidade em que foi construída a PCH Fumaça, na divisa com o município de Mariana. 

A conta de energia para as residências subiu mais de 120% desde 1995, período em que começaram as privatizações do período de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Agora, os golpistas apoiados pelo mesmo PSDB trabalham para privatizar todo o sistema Eletrobrás que vai entregar para iniciativa privada estrangeira 233 usinas de geração com 48.134 MW de potência (31% do Brasil) – sendo 47 grandes hidrelétricas; 114 térmicas, 69 eólicas e 02 nucleares; 70.000 Km de linhas de transmissão (47% do Brasil); e atende 4,3 milhões de consumidores na distribuição, especialmente na Amazônia brasileira.

Além de ser um crime contra a soberania nacional, a venda da Eletrobras vai provocar um aumento imediato de 16,7% na conta de luz dos brasileiros segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Se a privatização se concretizar, os reajustes serão muitos superiores ao longo dos anos e as famílias dos brasileiros enfrentarão grandes dificuldades semelhantes aos já relacionados ao preço do gás. Desde o golpe de 2016, o preço do gás cozinha subiu 54% e mais de 1,2 milhão de famílias voltaram a usar lenha.

“Espero que não tenhamos que fazer o mesmo para esquentar água para tomar banho visto que o chuveiro é o grande o vilão na conta de luz. Por isto temos que ampliar esta conquista das placas e das hortas e lutar contra a venda de nossas empresas que vão piorar e muito a vida da população”, conclui Deco.

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