Em Londres, atingidos participam de assembleia de acionistas da BHP Billiton
Investidores se impressionaram com os diversos impactos causados pela empresa Acionistas da mineradora anglo-australiana BHP Billiton, que junto com a Vale é dona da Samarco Mineração S/A, reuniram-se nesta quinta-feira […]
Publicado 21/10/2016
Investidores se impressionaram com os diversos impactos causados pela empresa
Acionistas da mineradora anglo-australiana BHP Billiton, que junto com a Vale é dona da Samarco Mineração S/A, reuniram-se nesta quinta-feira (20) em Londres, capital da Inglaterra, para ouvirem denúncias e reivindicações dos atingidos pelo crime da Samarco no Brasil e pelas atividades da mineração de carvão da BHP na Colômbia e Indonésia.
A atingida Maria do Carmo Dângelo, moradora do distrito de Paracatu, em Mariana (MG), representou os atingidos da bacia do rio Doce. Muitas pessoas que perderam tudo ainda não foram reconhecidos. Pessoas estão doentes por causa da lama tóxica. Milhares de pescadores estão sem trabalho e sem o que comer. A associação de produtores de leite que eu represento não recebeu todas as suas perdas. Queremos que todos sejam reconhecidos e exigimos as garantias dos direitos, relatou Maria do Carmo.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) entregou à empresa e a seus acionistas as quatro principais reivindicações das famílias atingidas em toda a bacia: não construção do dique S4 em Bento Rodrigues e remoção da lama depositada na beira do rio; reconhecimento de todas as famílias atingidas; reestruturação do acordo e da fundação para que haja participação dos atingidos nas decisões; agilidade nas ações de reparação, principalmente na construção das casas, cuidados de saúde e da volta das atividades produtivas da população agricultora.
O presidente da BHP Billiton, Jaques Nasser, reconheceu que o rompimento da barragem de Fundão foi um crime, considerou a mineradora culpada e se comprometeu em executar as ações de reparação. No entanto, defendeu que a participação dos atingidos no processo de compensação serviria apenas para consulta, mas que o poder decisório deveria ficar nas mãos das mineradoras.
A BHP Billiton é a maior mineradora do mundo e todos os anos realiza assembleias com acionistas em Londres. Depois dos problemas causados pela BHP no Brasil, atingidos da Colômbia e da Indonésia também denunciaram a empresa. Alguns acionistas se impressionaram com tantos problemas causados pela empresa na qual investem.