Parentes de desaparecidos da Samarco cobram investigações

Filhas, filhos, esposas, irmãos e cunhados de pessoas desaparecidas com o rompimento da barragem da Samarco (VALE/BHP Billiton) fizeram um protesto para cobrar da empresa seriedade na busca pelas vítimas da tragédia ocorrida há 15 dias. Os familiares exigiram acesso à informação e cobraram a responsabilidade da Samarco com as buscas.

A manifestação aconteceu na frente do CVT, um local que a mineradora tem utilizado para se relacionar com os atingidos. Os familiares carregavam cartazes com fotos dos desaparecidos e frases exigindo as buscas. Funcionários da empresa só apareceram após os manifestantes entoarem gritos de “Samarco assassina”.

Com a pressão, a empresa chamou o comandante geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Luiz Henrique Gualberto Moreira, para dar explicações às vítimas. As famílias reclamaram que havia apenas 20 bombeiros trabalhando nas buscas em toda a área. O coronel afirmou que são 42 militares e quatro cães. O helicóptero está parado por “questões metereológicas”, explicou. Nos primeiros dias, o efetivo chegou a 115 pessoas nas buscas.

As famílias pressionaram a Samarco a viabilizar o aumento do efetivo. “Com esse clamor, nós vamos buscar chegar a 100 homens atuando por dia”, comprometeu-se o comandante.

Outra queixa foi da falta de acesso à informação. “Até hoje, 15 dias depois, não foi feita uma reunião com a gente, vocês estão fazendo reuniões fechadas. O último boletim é do dia 17 (terça-feira)”, questionou Aline Ferreira Ribeiro, esposa de Samuel Vieira Albino, operário da Samarco que desapareceu.

“Chegou para nós a informação de que encontraram partes de corpos e não estão dizendo para ‘nos poupar’. Nós não queremos ser poupados. Para nós, a busca tem que ser até encontrar”, reforçou Aline.

Após a reunião, ficou encaminhada a ida de algumas familiares para a sede da empresa analisar o arquivo de fotos dos resgates. Também haverá reuniões com bombeiros, empresa e famílias atingidas para acompanhar as buscas.