Organizações articulam frente para discutir tarifas públicas no Paraná
Uma reunião entre lideranças de movimentos sociais e sindicais e parlamentares realizada nesta quarta-feira (20) em Curitiba teve o objetivo de iniciar uma articulação popular do campo e da cidade […]
Publicado 21/03/2013
Uma reunião entre lideranças de movimentos sociais e sindicais e parlamentares realizada nesta quarta-feira (20) em Curitiba teve o objetivo de iniciar uma articulação popular do campo e da cidade contra as políticas neoliberais em curso no Paraná, a exemplo do que ocorre em outros Estados. A intenção da articulação é formar uma ampla rede de entidades por todo o estado para discutir a questão das tarifas públicas, especialmente a de energia. Conforme os organizadores, está em discussão inicial um possível plebiscito popular sobre o tema.
De acordo com Antônio Goulart, do Sindicato dos Engenheiros (Senge), as políticas neoliberais se expressam, sobretudo, nos pedágios, no valor cobrado pela água, nas taxas (como do Detran, que tiveram aumento estratosférico) e principalmente na energia. Goulart lembra que a Copel não aceitou a renovação das concessões de geração de energia nos moldes da Medida Provisória 579, fazendo somente a renovação para os contratos de transmissão, o que vem impedindo uma redução mais significativa no valor cobrado pela energia, como pretende o governo federal.
A questão tributária, segundo Goulart, também precisa ser revista. De acordo com ele e com Robson Formica, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), governos estaduais vêm promovendo renúncias fiscais para grandes grupos empresariais e mantendo altos tributos nos serviços públicos. “Isto incide sobre o consumo e quem paga são os mais pobres”, disse Goulart.
Para fazer frente a estes problemas e à falta de discussão democrática na mídia do estado, a campanha quer ganhar volume e novos adeptos para envolver todo o estado. Em maio, haverá um seminário para aprofundar o tema, enquanto as organizações que já ingressaram na articulação já assumiram que em todas as suas jornadas de luta o tema das tarifas públicas será pautado. O Encontro Estadual da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e a Jornada Unitária de Lutas da Fetraf/Via Campesina já contarão com as tarifas públicas em seu temário. Já a realização do plebiscito popular, como ressalta Goulart, está em estágio inicial de discussão.
Participaram do encontro representantes da Coordenação dos Movimentos Sociais do Paraná (CMS-PR), Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab), Senge, Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR), APP-Sindicato, Plataforma Operário-Camponesa para Energia, Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro), MAB, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química (Sindiquímica-PR), Consulta Popular, MST, Sindicato dos Jornalistas (Sindijor), jornal Brasil de Fato, além dos deputados estaduais Luciana Rafagnin, Enio Verri, Elton Welter e Tadeu Veneri.