Brasileiros se solidarizam com os argentinos

Durante o Seminário Nacional sobre o modelo energético: atualidade e perspectiva, realizado em Brasília, as diversas organizações assinaram um manifesto em apoio a iniciativa do governo argentino de nacionalizar a empresa […]

Durante o Seminário Nacional sobre o modelo energético: atualidade e perspectiva, realizado em Brasília, as diversas organizações assinaram um manifesto em apoio a iniciativa do governo argentino de nacionalizar a empresa de hidrocarbonetos YPF. O seminário aconteceu nos dias 19 e 20 de abril e foi organizado conjuntamente pela Secretaria Geral da Presidência e pela Plataforma Operária e Camponesa para a Energia. Leia o manifesto abaixo.

 

Manifesto de apoio e solidariedade ao povo argentino

Nós, movimentos sociais e sindicais, reunidos nos dias 19 e 20 de abril de 2012 no Seminário Nacional sobre o Modelo Energético, em Brasília, expressamos com alegria e entusiasmo nosso apoio irrestrito à corajosa e soberana atitude do governo da Argentina, por decisão de sua presidenta Cristina Kirchner, de nacionalizar a empresa de hidrocarbonetos YPF, recuperando para os argentinos esse patrimônio público que lhes havia sido alienado na década de 90.

A recuperação da soberania argentina sobre os recursos do petróleo e gás natural, que haviam sido transferidos à transnacional espanhola Repsol, é um avanço que fortalece a luta de todos os povos latino-americanos contra a pilhagem de suas riquezas pelas empresas transnacionais.

Na Argentina, no Brasil e em toda a América Latina, os movimentos sociais, os sindicatos e outras organizações populares têm denunciado as transnacionais do setor de energia como responsáveis pela exploração predatória dos recursos naturais, pela apropriação privada do patrimônio público, pela precarização das relações de trabalho, pelo deslocamento das populações, pela destruição de comunidades indígenas e quilombolas e pela deterioração do meio ambiente.

Agora, a Argentina se soma às iniciativas dos governos democráticos e populares da América do Sul ao reverter as condições injustas do modelo neoliberal e recuperar o controle dos recursos energéticos estratégicos, para que sejam utilizados a partir de critérios nacionais. Na Bolívia, na Venezuela e no Equador, países integrantes da Alba, governos comprometidos com os interesses populares adotaram, na última década, medidas importantes em defesa de sua soberania energética. No Brasil, um amplo conjunto de organizações populares têm se mobilizado para que as reservas petrolíferas do pré-sal, além da água e da energia, sejam utilizadas em benefício da maioria dos brasileiros e não dos interesses imperialistas.

A nacionalização da YPF, com o fim da exploração predatória dos recursos energéticos e do mercado de combustíveis pela Repsol, é mais um passo importante na defesa da soberania e da dignidade de todos os povos da América Latina. Por isso, merecem todo nosso apoio e solidariedade.

Que essa postura dos trabalhadores e trabalhadoras da Argentina sirva de exemplo para nosso país, onde o povo permanece refém de uma política de apropriação de nossos bens naturais para gerar lucro para alguns.

 

Água e energia não são mercadorias! São para a soberania dos povos!

Brasília, 19 e 20 de abril de 2012

 

 

Assinam:

Federação Interestadual de Sindicados de Engenheiros (Fisenge)

Federação Nacional dos Urbanitários (FNU)

Federação Única dos Petroleiros (FUP)

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região (Sinergia-SC)

Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR)

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia HidroElétrica (Sindieletro-MG)

Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (Stiu-DF)

Consulta Popular (CP)

Levante Popular da Juventude

 

 

 

 

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