Belo Monte: morre um trabalhador e condições de trabalho pioram
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes Os trabalhadores da construção da usina de Belo Monte começaram uma greve geral nos canteiros da obra. A paralisação dos 5 mil […]
Publicado 30/03/2012
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes
Os trabalhadores da construção da usina de Belo Monte começaram uma greve geral nos canteiros da obra. A paralisação dos 5 mil operários iniciou após a morte do operador de motosserra Francisco Orlando Rodrigo Lopes, no canteiro do Sítio Pimental, na última quarta-feira (28), e se expandiu para os demais locais da obra.
Além de protestarem, eles também reivindicam aumento salarial, redução dos intervalos entre as baixadas (visita dos trabalhadores a suas famílias) de 6 para 3 meses, e a melhoria no fornecimento de comida e água.
De acordo com o membro da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Moisés Ribeiro, que atua na região, a greve segue a onda de paralisações que ocorreu no último ano.
Os operários que não estão organizados no sindicato fizeram vários movimentos no ano passado de paralisação em função de várias questões: as péssimas condições de trabalho, uma jornada muito puxada, péssima condição de alimentação e água. Toda vez que eles fazem esse movimento de greve, as lideranças desse movimento são demitidas pela empresa.
Ribeiro diz que essa morte aparece como a primeira de um trabalhador em Belo Monte.
Segundo informações de outro trabalhador da mesma região onde houve esse acidente, já aconteceram outros acidentes, que segundo ele não teve vítimas fatais, mas que vitimaram trabalhadores com fraturas nas pernas, nos braços, e assim por diante.
O operário que morreu era da empresa terceirizada Dandolini e Peper e prestava serviços ao Consórcio Construtor Belo Monte.
Os trabalhadores relatam que apesar de ter sido assinado um acordo coletivo entre o sindicato e o Consórcio, as condições de trabalho seguem piorando.