MAB reivindica direitos e apóia trabalhadores da Eletrosul

Fonte: Sinergia

Estão acampados desde ontem na sede da Eletrosul e devem permanecer até a próxima quinta-feira (15/03), cerca de 500 integrantes do Movimento de Atingidos por Barragens. Em reunião com a diretoria da empresa no final da tarde de terça-feira, o MAB entregou uma pauta de reivindicações contendo dez itens. Os manifestantes que em sua maioria são agricultores expulsos de suas terras, devido a construção de barragens, exigem questões básicas: respeito e cumprimento de seus direitos.

Sem descuidar de seus interesses e firmes em sua convicção, de que a energia não deve ser tratada como mercadoria por ser um bem público, o MAB é exemplo de solidariedade. Foi um dos primeiros movimentos no Brasil que levantou bandeira contra a privatização da Eletrosul. Mais do que levantar bandeira, esteve há cerca de 15 anos atrás, no mesmo lugar de hoje, lutando contra a entrega da estatal e defendendo o emprego dos eletricitários.

Por ironia do destino, os integrantes do MAB voltam e defendem agora a renovação das concessões do setor elétrico que, caso não ocorra, inviabilizará as estatais e, dentre elas, a Eletrosul. Além deste ítem de pauta, os participantes da mobilização que ocorre em várias capitais do país, e diversas empresas de energia elétrica, também solicitaram da diretoria da Eletrosul maior valorização dos empregados. Neste sentido se referiram ao ACT do ano passado, onde o reajuste dos trabalhadores do grupo Eletrobras ficou aquém das demais categorias, tais como os petroleiros, correios e bancos federais.

O MAB criticou ainda a falta de cumprimento de cláusulas de acordos coletivos (nacional e específico), no que se refere a implantação da “nova” política de operação, que está sendo feita à revelia do que foi acordado com os sindicatos e de forma autoritária. O movimento alerta que a postura da diretoria da Eletrosul, frente a essa questão, tem prejudicado a imagem pública da empresa e conturbado o ambiente de trabalho; o que não é bom para ninguém.

Mais uma vez os integrantes do MAB assumem posição e demonstram claramente de que lado estão. Os trabalhadores vinculados ao Movimento de Atingidos por Barragens são pessoas como nós e lutam para não perder aquilo que os seres humanos têm de maior valor, a sua dignidade.