Atingidos por barragens protestam na sede de Furnas, no RJ

Cerca de 600 pessoas, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestam no saguão da sede de Furnas, na manhã desta quarta-feira, 14 de março, Dia internacional de luta […]

Cerca de 600 pessoas, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestam no saguão da sede de Furnas, na manhã desta quarta-feira, 14 de março, Dia internacional de luta contra as barragens, pelos rios, pela água e pela vida. A manifestação faz parte da jornada nacional de lutas do MAB, que acontece em diversas capitais, de 13 a 15 de março.

Com a manifestação na estatal, os atingidos por barragens querem pressionar o Governo federal por mudanças no atual modelo energético e cobrar mais atenção às famílias desalojadas pelos lagos. “O Estado brasileiro planeja e coordena toda política energética e financia até 80% das obras com dinheiro público do BNDES. No entanto, não há política de Estado para os atingidos pelas barragens. É uma contradição num país com tantas usinas hidrelétricas como o Brasil”, declara Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB.

Entre as principais reivindicações do Movimento estão a criação de uma política nacional que estabeleça diretrizes e critérios no tratamento dos direitos desta população e um fundo de auxílio cujos recursos seriam usados para reparar as perdas e prejuízos das pessoas afetadas pela construção de barragens, garantindo reassentamento adequado, assistência técnica, créditos e verba de manutenção.

Durante a jornada, o MAB também critica a construção da barragem de Belo Monte e demais barragens na Amazônia, além de reivindicar que o Governo se posicione a favor das renovações das concessões do setor elétrico, que vencem a partir de 2015. De acordo com o Movimento, a renovação das concessões é um caminho que evitará a privatização ainda maior das usinas, linhas de transmissão e distribuidoras de energia elétrica.

A jornada de luta do MAB também quer agregar trabalhadores do setor elétrico, e da população em geral, que paga injustamente pelo alto preço da energia. “Estamos construindo pautas unitárias com a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), com a CUT, entre outros movimentos sociais e sindicais que integram a Plataforma Operária e Camponesa da Energia. Nos  solidarizamos aos trabalhadores do setor elétrico que, com a onda da privatização do setor elétrico nos anos 90, sofreram perdas nos salários e nas condições de trabalho”, acrescenta Soniamara.

 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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