Madeira: A repressão sem fronteiras frente a luta sem fronteiras

Às vésperas do Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, a segunda assembléia do Movimento dos Atingidos por Barragens, que acontecia em Porto Velho, teve esta manhã uma atividade controversa. […]

Às vésperas do Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, a segunda assembléia do Movimento dos Atingidos por Barragens, que acontecia em Porto Velho, teve esta manhã uma atividade controversa. Os atingidos/as se dirigiram ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em uma manifestação pacífica, animada por cantos em defesa dos direitos dos povos atingidos e por mensagens como “barragens para quê e para quem?” e “água e energia não são mercadorias”.

Mulheres e homens de várias idades percorreram 5 km para chegar ao Incra e ocuparam as instalações da instituição pública reivindicando seus direitos, Acompanhou a manifestação dos ribeirinhos um grupo de representantes da Bolívia, país que também será atingido pela construção das barragens no Rio Madeira. Se os funcionários do Incra tinham “muita predisposição” para fazer uma reunião com os manifestantes e escutar suas demandas e dar respostas, o resultado foi bem diferente.

A polícia federal apareceu rapidamente, quem sabe já prevendo a presença de extrangeiros, para prender os bolivianos. Doze policiais federais fortemente armados com metralhadoras e gases lacrimogêneos entraram no recinto para prender seis bolivianos que se encontravam no café do Incra. Eles foram escoltados até a Polícia Federal, para serem deportados. Está atitude não desanimou os manifestantes que, apesar do atropelo, concluíram o ato pacificamente.

Esta experiência é uma mostra da luta sem fronteiras pelos direitos dos mais desprotegidos, neste caso os atingidos por um mega projeto financiado pelo agronegócio e pelas transnacionais. Também se revela a relação direta entre a luta sem fronteiras pelos direitos humanos e a repressão sem fronteiras. Os interesses que são defendidos pelo capitalismo são os mesmos em todo lugar e têm as mesmas expressões repressivas. A luta dos povos atingidos continuam frente a contínua violação dos direitos humanos, em todas as suas formas.

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