Carta ao Movimento dos Atingidos por Barragens

Carta de coordenadora de Clima e Justiça do Greenpeace ao MAB exalta 30 anos de luta e resistência do Movimento

Foto: Joka Madruga/MAB

Foi na lama deixada pela Vale S.A em Bento Rodrigues (distrito de Mariana – MG), que me aproximei numa amizade gostosa e duradoura do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). No trabalho conjunto, tive o conhecimento de suas histórias, do deslocamento constante de pessoas atingidas e retiradas de seus locais por empresas que pouco entendem de vidas, das perdas irrecuperáveis e da luta que levam no sangue.

O Movimento busca trazer justiça para milhares que perderam suas casas em nome de uma geração de energia que desloca e retira a terra abaixo dos pés. Uma luta constante que nossos governantes insistem em fazer sem fim, com empreendimentos que não respeitam os direitos das populações em seu entorno e que, em não poucas infelizes vezes, desaparece com toda forma de vida. 

Às mulheres atingidas por barragem, envio todo o meu respeito e admiração. Como mulher, aprendo com vocês a ver outras frentes de batalhas e realidades para juntas fazermos nossa luta por equidade em um Brasil ansioso por mudanças. Quando vocês entram, o mundo tem que dar licença para sua força. A sua energia de luta e justiça ilumina o Brasil.

Obrigada pela parceria e inspiração, em meu nome e do Greenpeace. Feliz 30 anos de existência!


* Fabiana Alves é coordenadora de Clima e Justiça do Greenpeace.

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