No dia em que Brasil contabiliza 500 mil mortos por COVID-19, protestos contra Bolsonaro ganham força com 427 atos

Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) participaram das manifestações em 20 cidades diferentes.

O ato #19JForaBolsonaro reuniu mais de 750 mil pessoas em 427 atos realizados no Brasil e em 17 países no exterior. Depois de levar multidões a protestar no dia 29 de maio, diversas frentes populares convocaram o povo brasileiro a amplificar o grito de “Fora, Bolsonaro” nesse sábado e a participação da população foi ainda mais expressiva do que em maio. Uma das principais pautas levadas para a rua foi a indignação com a atuação do governo na pandemia do COVID 19, que já causou a morte de meio milhão de brasileiros.   

Além disso, houve protestos contra a política privatista da gestão Bolsonaro e da falta de investimento em segurança alimentar e educação.  O Senado aprovou na última quinta-feira (17) a medida provisória que autoriza a privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina, que é responsável por 30% da capacidade instalada no Brasil. Estudos apontam que a privatização deve elevar em até 20% a tarifa de energia no país.

“Nós, do MAB, estamos nessa jornada junto com o povo para denunciar a política econômica do governo, porque Bolsonaro tem feito uma articulação junto ao capital internacional para privatizar o setor elétrico brasileiro, além de priorizar o agronegócio em detrimento da agricultura familiar, que garante a comida na mesa das nossas famílias”, afirmou Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB.

Iury Paulino, que também integra a coordenação do MAB, afirmou que a o dia de hoje foi histórico por demonstrar a força da mobilização popular. “As ruas são o nosso campo de batalha e os trabalhadores só avançam com suas pautas quando ocupam as ruas. A mobilização de hoje foi bastante significativa diante desse governo genocida que é responsável por essa triste marca de 500 mil mortos no país. Boa parte delas poderiam ter sido evitadas se tivessem sido adotadas políticas públicas eficientes, se tivessem sido definidas medidas sanitárias baseadas na ciência e se tivesse se trabalhado para termos vacina para todos. Mas esse governo sempre trabalhou contra a vida”, afirma o militante.  

O coordenador ressalta que o momento é de organização popular. “As manifestações de hoje demonstram a insatisfação do povo com essa lei do genocídio e do negacionismo, mas também demonstram a esperança de superarmos esse momento triste da história do Brasil através da luta coletiva”, disse.

”Estamos em defesa da soberania do nosso país, pela comida na mesa das famílias brasileiras, pelas tarifas de energia subsidiadas, contra as privatizações e pela vacina no braço”, finalizou Soniamara Maranho.

Os atos foram organizados pelas frentes Povo sem Medo, Brasil Popular, Coalizão Negra por Direitos, e centenas de movimentos sociais.

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