No Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, conheça algumas formas de opressão que devem ser superadas

Hoje, dia 25 de novembro, é um dia para gritarmos BASTA de violência contra as mulheres!

O Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher é um chamado a nós mulheres a nossa unidade, a nos posicionarmos claras e firmes quando a violência se manifesta protegendo umas às outras.

É preciso construir nossa força para parar a violência no seu ato. Milhares de mulheres morrem todos os dias no mundo vítimas da violência, do feminicídio.

É importante também lembrar da violência da morte cotidiana, na falta da divisão sexual do trabalho, quando nos cortam a palavra, nos deslegitimam a fala, nos tornam suas secretarias, estão matando diariamente a nós como sujeitas políticas da história.

É um convite aos camaradas para que pensem que transformar a sociedade é também transformar a si, em seu machismo cotidiano.

Algumas reflexões, desvios cotidianos que nossa sociedade produz e reproduz, e devemos tomar consciência e revolucionar em nossas práticas, construindo em nossos espaços reais espaços de libertação:

  • “Homens que interrompem” (manterrupting) é quando um homem interrompe constantemente uma mulher, de maneira desnecessária, não permitindo que ela conclua sua frase. Comportamento muito comum em reuniões, palestras, debates, a mulher não consegue concluir sua frase por ser constantemente interrompida por homens. É muito comum interromper as falas e questionar as companheiras como loucas, histéricas, mentirosas. (Camarada pega seu caderninho anota o que vc quer falar, se inscreve e depois coloca. Vamos ser disciplinados em nosso método).
  • “Homens que explicam” (mansplaining) quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a uma mulher, de forma didática, como se ela não fosse capaz de entender. Também começar com frases: “ eu acho que ela que dizer isso”; “para complementar”, soam muito mal. Não vamos subestimar a capacidade de análise política e expressão de nossas companheiras.
  • Apropriação (Bropriating) quando um homem se apropria da mesma ideia já expressa por uma mulher, levando os créditos por ela. Acontece quando ele repete exatamente o que a mulher disse, tomando os créditos dela, porque ele tem a autoridade de fala masculina. Ou quando uma mulher escreve um texto que é assinado por um homem, ou quando um camarada apresenta um trabalho que foi realizado por uma mulher como se fosse seu. Quando uma companheira faz uma análise e ele apresenta em outra reunião como se fosse sua. (Vale lembrar que a história não reconhece o papel histórico das mulheres, nós precisamos dar os créditos as nossas companheiras e colocá-las na história de que são excluídas).
  • “A luz do candeeiro a gás” (Gaslighting) é um tipo de abuso psicológico que leva a mulher a achar que enlouqueceu ou está equivocada sobre um assunto, sendo que está originalmente certa. É uma forma de fazer com que as mulheres se mantenham descrentes de si.

É com carinho e afeto que é feito o convite à reflexão sobre nossas práticas cotidianas em tempos pandêmicos, se nesse momento não pensarmos em como dividimos o trabalho em nossa organização, em como estamos sobrecarregando nossas mulheres, em como estamos invisibilizando seu trabalho, em como não estamos ocupando de maneira igual a representação política, a cada dia perderemos uma companheira desestimulada e cansada de tanta violência pelo modelo patriarcal.

Vamos a luta, nos reinventar e reconstruir a história.

Sem feminismo, não há socialismo!

Ou a Revolução será feminista, ou ela não existirá!

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