Apagão no Amapá: somos todos atingidos
O MAB denuncia o descaso das autoridades e das empresas de energia em meio ao apagão no Amapá.
Publicado 06/11/2020 - Atualizado 06/11/2020
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no estado do Amapá repudia o desrespeito com que as geradoras e distribuidoras de energia tratam a população. O estado está sem fornecimento de energia desde terça-feira, 3 de novembro, devido a um incêndio na subestação de energia em Macapá.
Chamamos à responsabilidade as autoridades dos três poderes de nosso estado, que deveriam vigiar e zelar para o bem estar de nossa população. Nos solidarizamos com a população trabalhadora que luta no dia-a-dia para sobreviver e que agora está sofrendo até com falta de água, pois o abastecimento depende de bombas hidráulicas. Nos solidarizamos também com os trabalhadores do setor elétrico, que sofrem com a precarização e a terceirização.
A situação em Macapá é desoladora. Há enormes filas nos postos de combustível e muitas pessoas não conseguem sequer comprar medicamentos porque as farmácias estão sem sistema de pagamento. Até para comprar açaí são formadas filas nos poucos estabelecimentos que contam com gerador de energia.
Como este apagão demonstra, as empresas só visam o lucro e não priorizam o bem-estar da população. E enquanto isso, os atingidos esperam há anos por justiça.
Aos governantes que governam para e representam os grandes empreendimentos, fazemos aqui uma pergunta. Foi interrompido o fornecimento gerado aqui no estado do Amapá pelas quatros hidrelétricas que são interligadas ao linhão de Tucuruí e que abastece outros Estados do Brasil? Acreditamos que não, pois se fosse assim, já teriam resolvido o problema. Lembramos que o Amapá é um estado que exporta energia e sua população ainda sofre sem acesso e com a péssima qualidade do serviço.
Aqueles que dizem querer o bem da população visam o lucro acima da vida. Exigimos ação das autoridades e denunciamos o descaso das empresas.
Também não podemos admitir que se faça uso político do apagão para defender a privatização da Eletronorte/Eletrobrás, inclusive porque o incêndio teve início nas instalações de uma empresa terceirizada. Precisamos de um projeto energético com soberania, distribuição da riqueza e controle popular.
Foto: Reprodução/Rede Amazônica