Atingidos por Belo Monte protestam na prefeitura de Altamira
Nesta quarta-feira (10 de outubro), moradores da lagoa do bairro Independente 1 organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fizeram um ato na prefeitura municipal de Altamira reivindicando a […]
Publicado 10/10/2018
Nesta quarta-feira (10 de outubro), moradores da lagoa do bairro Independente 1 organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fizeram um ato na prefeitura municipal de Altamira reivindicando a assinatura do termo de compromisso com a Norte Energia (concessionária de Belo Monte) para que seja iniciada a retirada dos moradores da área alagadiça.
A Norte Energia está obrigada a retirar os moradores, que foram reconhecidos como atingidos pela hidrelétrica, porém condiciona o início das ações à assinatura de um termo de compromisso em que a prefeitura municipal aceita o repasse de uma série de obras condicionantes realizadas pela empresa. O prefeito chegou a acusar a empresa de estar fazendo chantagem.
A Norte Energia deseja repassar à prefeitura as áreas dos reassentamentos urbanos, vias públicas e demais obras condicionantes executadas na cidade, algumas das quais a administração considera inacabadas. Para a empresa, a prefeitura é co-responsável pela situação da área da lagoa, pois a ocupação da área antecede o período de construção da hidrelétrica. Foi o aumento do custo da moradia causado por Belo Monte, no entanto, o principal motivo do inchaço populacional na área, segundo parecer do Ibama.
Os impasses entre a prefeitura e a Norte Energia fazem com que a tentativa de assinatura do acordo se arraste por mais de três meses, deixando as famílias cada vez mais vulneráveis na área alagadiça.
Com o protesto, os manifestantes se reuniram com o prefeito Domingos Juvenil e José Hilário, superintendente da Norte Energia. Na reunião, foi firmado o compromisso de que a assinatura do termo sairá dentro de uma semana, até quarta-feira (17). Assim que o termo for assinado, a Norte Energia se compromete a entrar na comunidade e apresentar o cronograma de remoção das famílias. É urgente que isso aconteça logo, pois os moradores da área estão cada vez mais sujeitos a riscos de vida, afirma Fábio Magalhães, coordenador do MAB na comunidade.