Atingidas por barragens do Pará denunciam violência dos grandes projetos
As mulheres atingidas por barragens no Pará estiveram em luta neste dia 8 de março para denunciar os projetos de destruição para a Amazônia e exigir direitos Em Altamira (PA), […]
Publicado 08/03/2018
As mulheres atingidas por barragens no Pará estiveram em luta neste dia 8 de março para denunciar os projetos de destruição para a Amazônia e exigir direitos
Em Altamira (PA), as mulheres atingidas por Belo Monte fizeram um marcha pela cidade para denunciar o aumento da violência contra mulheres e jovens com a construção da barragem. Por culpa da hidrelétrica, Altamira se transformou no município mais violento do Brasil, segundo estudo do Ipea.
Após a caminhada, as atingidas organizadas pelo MAB ocuparam o auditório do Palace Hotel, onde a Norte Energia (concessionária de Belo Monte) realizava uma reunião a portas fechadas para tratar sobre as pendências nos reassentamentos urbanos coletivos.
Nesses reassentamentos, sob responsabilidade da Norte Energia, falta água, iluminação pública, transporte de qualidade e são os bairros onde há o maior índice de violência contra as mulheres na cidade. O MAB denunciou essa situação e cobrou ações da empresa para enfrentar esse problema.
Hydro Alunorte criminosa!
Em Belém, as mulheres do MAB, MST e Levante Popular da Juventude fizeram uma ação para denunciar o crime ambiental e social da mineradora Hydro Alunorte, responsável pela contaminação da água em Barcarena (PA). As mulheres e jovens dos movimentos tingiram de lama a fachada do escritório da empresa.
Além disso, as integrantes do MAB se somaram às 2 mil mulheres de diversas organizações que fizeram uma grande marcha pelas ruas da capital paraense para denunciar a retirada de direitos e as ameaças à soberania com o governo golpista de Michel Temer (PMDB).
O MAB também abriu a Sessão Especial da Assembleia Legislativa do Estado do Pará para debater a violência contra a mulher ontem (7) em Belém. O evento foi construído a partir da demanda das diversas organizações sociais de mulheres do campo e cidade. Em pauta, a urgência de implementação efetiva de políticas públicas para o enfrentamento da violência contra a mulher no Estado.
Pelo direito à terra
Em Belém, também se fizeram presentes mulheres do MAB de Marabá (PA). Elas fizeram um protesto no Iterpa ontem para exigir que o órgão se posicione com relação às famílias da ocupação de terra Landi. A comunidade Landi é uma área de ocupação que fica às margens do rio Tocantins, localizada onde está previsto ser o canteiro de obras da hidrelétrica de Marabá.
O MAB organiza as famílias da aérea há mais de seis anos. Foi ocupada em 2003 e desde então recebeu sete reintegrações de posse com base em um documento falso. A área pertence ao Iterpa, que tem se omitido todos este anos.
Contra os projetos do capital para o Tapajós
Na região do Tapajós, as mulheres do MAB fizeram uma panfletagem na balsa que atravessa o rio entre Itaituba e o distrito de Miritituba. O objetivo foi dialogar com a população sobre os impactos que os projetos de hidrelétricas, hidrovias, mineração e agronegócio vão trazer para as mulheres da região.
As mulheres do MAB no Pará contam com o apoio do Fundo Fale sem Medo, através do projeto “Mulheres atingidas por barragens na Amazônia combatendo a violência”, para realizar o trabalho de conscientização e fortalecimento da organização das mulheres atingidas.