Curso “Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo” inicia nova turma no Rio de Janeiro

Com a intenção de qualificar teórica e tecnicamente trabalhadores e militantes, a iniciativa busca democratizar o acesso ao conhecimento e o estímulo ao pensamento crítico.

Mística de encerramento da primeira etapa do curso. Foto: Klézi Martins / MAB
Mística de encerramento da primeira etapa do curso. Foto: Klézi Martins / MAB

Entre os dias 1º e 12 de abril, teve início a 6ª turma do curso de extensão e especialização “Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo”. Resultado de uma parceria entre o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), e a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia (POCAE), o programa já qualificou cerca de 300 estudantes desde sua criação, em 2008. Destacam-se, entre os formados, profissionais de diversas categorias, como urbanitários, eletricitários, metalúrgicos, petroleiros e professores, além de militantes de organizações e movimentos sociais e populares, tanto rurais quanto urbanos.

A turma atual é formada por 34 participantes oriundos de movimentos sociais e entidades sindicais de seis países das Américas e Europa. Entre as organizações representadas estão o MAB, o Movimiento de Afectados por Represas (MAR), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região (Sinergia) e o Movimento Camponês Popular (MCP). A Coordenação Político-Pedagógica é realizada de maneira conjunta pelo MAB, por docentes da UFRJ e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), além de membros da Plataforma Operária e Camponesa. A formação é estruturada em quatro etapas e, nesta primeira, foram trabalhados os seguintes eixos temáticos: Elementos de Economia Política, Economia Política da Energia, Estado e Classes Sociais e Economia Política do Meio Ambiente.

As disciplinas foram ministradas por Carlos Vainer, professor emérito do IPPUR/UFRJ e coordenador do curso de Energia; Dorival Gonçalves, especialista em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), mestre e doutor em engenharia, atualmente professor na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT); Virgínia Fontes, historiadora, doutora em filosofia e integrante do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o Marxismo da Universidade Federal Fluminense (NIEP-Marx/UFF), além de docente da Escola Nacional Florestan Fernandes; e Fabrina Pontes, professora da UFRRJ, pesquisadora do Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza (ETTERN) do IPPUR/UFRJ e do Grupo de Estudos sobre Mudanças Sociais, Agronegócio e Políticas Públicas (GEMAP).

Segundo Dalila Calisto, integrante do MAB e membro da Coordenação Pedagógica, “o curso tem se concretizado como um importante espaço de formação política da classe trabalhadora nos temas da energia e capitalismo”. Dalila destaca, ainda, que entre os alunos já formados, há militantes de 17 países e 57 organizações sindicais, sendo 40 nacionais e 17 internacionais. A pedagoga e dirigente do Sinergia, Cecy Marimon, complementa afirmando que “esse é um espaço privilegiado de formação, onde se discute a importância de construir um modelo energético que tenha bases populares, levando em consideração a importância da energia para um desenvolvimento que seja socioambientalmente responsável”. Ela também relembra que “no pós-pandemia, concluímos a 5ª turma e, em 2025, organizamos a 6ª turma do curso, com a participação de 34 integrantes de movimentos sociais, sendo seis estrangeiros”. 

Plenária durante aula da professora Virgínia Fontes. Foto: Klézi Martins / MAB
Plenária durante aula da professora Virgínia Fontes. Foto: Klézi Martins / MAB

Entre os estudantes da nova turma, está Walmir Lima da Silva, militante do MAB no Rio de Janeiro. Ele compartilhou sua experiência: “Foram 12 dias de troca de experiências, formação e organização. Um espaço coletivo com embasamento teórico e muita disposição de todos os envolvidos. Estou ansioso pela próxima etapa”. A segunda etapa da formação está prevista para ocorrer entre os meses de agosto e setembro de 2025.


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