Através de parceria com o ISPN, mulheres do Oeste baiano trabalham ferramentas de fortalecimento da luta e de soberania econômica e alimentar
Publicado 08/04/2025 - Atualizado 08/04/2025

Mulheres da região Oeste da Bahia se reuniram no último final de semana, 5 e 6 de abril, em Coribe (BA), para monitorar o andamento do projeto “Mulheres Atingidas por Barragens Construindo Autonomia Econômica e Política em Defesa das Comunidades”. A iniciativa, realizada em parceria com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), visa impulsionar a autonomia econômica e política das atingidas.
Em andamento, o projeto tem promovido diversas ações de auto-organização, acompanhamento comunitário e capacitação no território – historicamente vulnerável a grandes empreendimentos dos setores elétrico e do agronegócio –, com o objetivo de assegurar a autosustentabilidade econômica das mulheres produtoras locais.
Para Maria José Sodré, atingida da comunidade de Nova Colônia, em Coribe, “o encontro de monitoramento foi muito importante. Porque, além de nos estimular a continuar em luta permanente contra o fascismo e as violências contra a mulher, também nos estimula a continuar produzindo de forma limpa, sem uso de venenos”, aponta.
O incentivo à produção agroecológica liderada por mulheres tem se mostrado crucial na proteção do território. Essa abordagem fortalece as comunidades frente às pressões do capital e contribui para a construção de territórios mais resilientes às mudanças climáticas – intensificadas pelo uso indiscriminado da água e pelo desmatamento crescente no Cerrado.





“Ter voz ativa e ser ouvida”, para Solange Barreto, da Comunidade de Brejo Verde, em Correntina, é a principal contribuição do Encontro para o empoderamento das mulheres atingidas. “Isso ajuda a aumentar nossa força e vontade de lutar por aquilo que acreditamos. Nesse processo aprendemos que nós mulheres somos capazes”, completa.
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O encontro reuniu mais de 50 participantes de Canápolis, Cocos, Coribe, Correntina, Jaborandi e Santa Maria da Vitória, além de representantes do Movimento Camponês Popular (MCP) e do Movimento de Mulheres Unidas na Caminhada (MMUC). Na ocasião, as mulheres do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) debateram e planejaram as próximas atividades, incluindo a Jornada Nacional de Luta das Mulheres.
