Arpilleras em Exposição na Pinacoteca em São Paulo

MAB une arte e resistência por meio de peças de Arpilleras em exposição na Pina Contemporânea

Arpilleras bordadas por atingidas de diversos estados do Brasil apresentam as lutas das mulheres. Foto: Vitori Jumapilli / MAB

A Exposição “Era uma vez: visões do céu e da terra”, acontece até 21 de abril de 2025 na Pina Contemporânea, em São Paulo e conta com a participação de vários artistas, na intenção de compor um diálogo sobre as possibilidades de inventar, enxergar, ver e imaginar novos começos, como se fosse uma viagem no tempo e espaço. A exposição marca a divulgação do primeiro relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre “problemas do meio ambiente urbano”, colocando em reflexão as questões ambientais e a relação dos seres humanos com o meio ambiente. 

As mulheres atingidas organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participam dessa exposição com seis Arpilleras, as quais compõem uma narrativa sensível através dessa arte têxtil que nos provoca a pensar sobre os crimes ambientais, a exemplo de Brumadinho, que completou seis anos de impunidade em janeiro; e também ressaltam, em meio às cores bordadas, a participação das mulheres, suas lutas e resistências. 

O conjunto de peças – de várias regiões do país – dialogam com o imaginativo, mas também com a realidade, onde as mulheres tecem suas verdades, suas indignações e suas esperanças. Essas seis Arpilleras foram bordadas pelas atingidas de Minas Gerais, Piauí, Maranhão, Espírito Santo e São Paulo e fazem parte do acervo do MAB, que atualmente conta com mais de 300 peças costuradas coletivamente em todos os estados do país.

Além da exposição, em abril o MAB realizará oficinas para produção de novas Arpilleras com o público o visitante do Museu, com objetivo de divulgar a mensagem das mulheres atingidas.

Organizada por Ana Maria Maia, Lorraine Mendes e Pollyana Quintella, a exposição “Era uma vez: visões do céu e da terra” conta com catálogo que reúne uma coletânea de 19 textos selecionados, alguns escritos por integrantes da mostra, como Yhuri Cruz e Jota Mombaça. O catálogo abrange ensaio, poesia, manifesto, relato oral transcrito, entre outros, articulando um mosaico de vozes, práticas e epistemologias e pode ser encontrado nas lojas físicas da Pinacoteca ou online.

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