Ministros da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e do Desenvolvimento Regional, visitam cozinha solidária do MAB em Canoas (RS)
Em conjunto com outros movimentos populares MAB entregou carta cobrando condições para ampliar ações de solidariedade e participação na reconstrução
Publicado 23/05/2024 - Atualizado 23/05/2024
O ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, realizaram uma visita à cozinha solidária do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Canoas, no Rio Grande do Sul, no dia 22 de maio de 2024.
Eles destacaram a importância das ações humanitárias do MAB em meio à tragédia das enchentes que devastaram o estado, afetando 467 municípios e resultando em mais de 68 mil pessoas em abrigos, 581 mil desalojados, e um total de 2.341.060 atingidos. Além disso, já foram registrados 161 mortos, 806 feridos e 82 desaparecidos, conforme dados atualizados pela Defesa Civil do RS, nesta quarta-feira (22).
O Ministro Pimenta falou de algumas medidas urgentes do governo federal para oferecer às pessoas atingidas segurança para continuarem morando onde elas tinham suas casas, mas será preciso um investimento forte nesse sentido. “Vamos fazer isso junto, mas tem muitas pessoas que não vão ter para onde voltar, vai ter um período difícil agora de transição. Não é fácil essa situação dos abrigos, nós temos que pensar formas mais comunitárias, mais fraternas de acolhimento, pensar políticas para que as pessoas possam também fazer essa transição com mais dignidade”, ressaltou.
Pimenta afirmou também que o governo pensa numa série de iniciativas, entre elas, a compra assistida. Neste sentido, serão bloqueados, na Caixa Federal e no Banco do Brasil, os imóveis para leilão e todos serão comprados. O Minha Casa Minha Vida, com novos programas, será ampliado para assistir os atingidos do Rio Grande do Sul.
Solidariedade e reconstrução
O MAB em conjunto com outros movimentos entregou uma carta aos ministros e afirmando que tem intensificado as ações a partir da instalação de 10 cozinhas solidárias em várias localidades, incluindo Canoas, Porto Alegre, Arroio do Meio, Estrela e Lajeado. Com o apoio de militantes de diversos estados, o Movimento conseguiu ampliar sua operação, atendendo às necessidades urgentes das áreas mais severamente afetadas pelas enchentes, como a região metropolitana de Porto Alegre e o Vale do Taquari. Mais de cinco mil refeições diárias, superando desafios logísticos para alcançar comunidades isoladas. Em áreas como as Ilhas das Flores, Pavão e Marinheiros de Porto Alegre, onde a água subiu até o segundo andar das casas, as entregas são feitas de barco, levando cerca de 150 a 200 marmitas diariamente aos moradores que enfrentam condições adversas.
Na carta entregue aos ministros, os movimentos dizem:
“Consideramos fundamental a unidade entre o Estado Brasileiro, este governo federal e os movimentos populares e sindicais que almejam a construção de um país justo e solidário. Não temos dúvida do grandioso papel que o Estado, nas suas diversas instâncias, deve cumprir de forma constante e permanente, e muito mais, nos casos de catástrofes como a que estamos vivendo no Rio Grande do Sul e também em outras partes do nosso país.
O momento histórico que vivemos nos impõe a necessidade de trabalho solidário e conjunto, inclusive, para combater ideias e ações equivocadas de setores que querem sabotar as corretas ações que no conjunto estamos realizando.
Aqui apresentamos pontos para melhorar, ainda mais, o trabalho em realização:
1- Que se estabeleça um canal fluente de diálogo entre o Governo Federal e as organizações populares, sindicais e religiosos aqui mencionados;
2- Que todas as ações de união e reconstrução do Rio Grande do Sul tenham ampla participação popular. Pois, todas as nossas organizações possuem experiência e compromisso em trabalhar de forma organizada e eficiente, conquistando com isso elevação do nível econômico e cultural de nosso povo;
3- Que seja garantido pelo Governo Federal as condições mínimas para funcionamento emergencial das cozinhas solidárias e ampliação destas nas áreas necessárias, bem como de outras estruturas que serão necessárias para o acolhimento da população atingida;
4- Que todas as famílias atingidas sejam imediatamente isentadas do pagamento de água, energia elétrica, internet, IPTU, prestações da casa própria, de custeio e investimentos agrícolas pelo prazo mínimo de 6 meses;
5- Estamos organizando pauta mais ampla nos próximos dias, e ao estabelecermos um canal de diálogo, podemos apresentar reivindicações para seguir nos auxiliando mutuamente;
Sem mais, seguimos, pois “É tempo de avançar”. “Somos todos atingidos”.
Para continuar oferecendo este suporte, o MAB depende de doações. As campanhas de arrecadação têm sido essenciais para manter as cozinhas solidárias em operação e para garantir que mais alimentos cheguem aos necessitados. As doações podem ser feitas através do PIX, utilizando a chave 73316457/0001-83, ou acessar outras formas de ajuda no site do MAB.