Em caminhada no Círio, militantes pedem força à Nossa Senhora de Nazaré para seguir defendendo a Amazônia

Na quinta-feira (05) MAB e MST realizaram a caminhada dos Militantes (PA) em homenagem à padroeira do Pará

No segundo domingo de outubro, em Belém do Pará, é dia de celebrar uma das maiores manifestações religiosas e culturais do Brasil: O Círio de Nazaré. A procissão que homenageia Nossa Senhora de Nazaré arrasta milhões de pessoas nas ruas da capital. A festa se expande e apresenta diversas formas de expressar devoção e renovação da fé. O circuito de eventos, conta com uma festa GLBTQIA+, chamada Chiquita, que acontece logo após a passagem da santa peregrina, na romaria cujo nome é trasladação. Entretanto, talvez a maior característica deste período seja a presença de um sentimento de esperança, de bem comum que paira sobre a cidade nessa época. Muitas manifestações de solidariedade, distribuição de água, comida e até massagem para os promesseiros. Não à toa é chamado de “Natal dos paraenses”. Outra tradição dessa época são os traslados na BR em homenagem à padroeira. O Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), realizaram pelo terceiro ano a caminhada dos militantes, uma homenagem daqueles que acreditam na justiça social, sonham e têm esperança. 

Nesta quinta-feira (04), militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) saíram em caminhada, da entrada do município de Benevides (PA), rumo à Basílica de Nazaré, em Belém (PA). Neste ano, a atividade contou também com a participação da deputada estadual Lívia Duarte (Psol).

35 km foram percorridos. Os militantes chegaram durante a madrugada, em frente a Basílica de Nazaré. A caminhada simboliza a crença em um mundo melhor, na reconstrução de um Brasil mais justo, um país com justiça social e com menos empreendimentos predatórios.

A caminhada pela Br até a igreja onde a imagem da Santa chega, após o Círio, faz parte do circuito tradicional de manifestações de fé desta época. A tradição iniciou a partir de promesseiros que vem caminhando dos interiores. O trajeto é marcado por muita superação e fé. Carlinho Luz (MST)  faz a caminhada há oito anos por conta de uma promessa alcançada, “era para eu caminhar um ano e aqui estou eu indo para o oitavo ano e o terceiro ao lado do MAB. Enquanto eu tiver força eu vou caminhar”, afirma o militante.    

Carlinhos ainda afirma que o sentido da caminhada é por acreditar em panorama com mais humanidade e dignidade na Amazônina, “a gente caminha primeiro por vários motivos, mas um deles principal é que a gente sabe que a fé que envolve todo o Círio de Nazaré, do povo paraense, tem muito a ver com a luta dos movimentos sociais dessa região da Amazônia, especificamente aqui no estado do Pará, que enfrenta muita violência, muitos assassinatos no campo e a gente traz nessa caminhada a força da nossa luta, mas também sabe que Nossa Senhora quer um mundo mais justo, onde as pessoas possam viver feliz e de forma fraterna numa sociedade igualitária”, finaliza Carlinhos. 

Para Jaqueline Damasceno o sentido da caminhada é buscar forças para continuar a defender os rios, as populações atingidas e a natureza, “Eu estou caminhando porque Nossa Senhora de Nazaré é a rainha das águas, é a rainha da Amazônia e ela nos dá muita força para que a gente continue defendendo as nossas raízes. Nossa Senhora de Nazaré nos dá essa força de lutar pela Amazônia”, conclui.

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