MAB participa de ato que marca os 70 anos da Petrobras

Defendendo papel estratégico da estatal, Governo Lula fala em retomar refinarias da Petrobras que foram privatizadas em governos anteriores

Ato por ocasião dos 70 anos da Petrobras promovido pela FUP, FNP, centrais sindicais e movimentos sociais no centro do Rio de Janeiro. Foto: Pedro Rocha

Nesta terça-feira, 3, a Federação Única dos Petroleiros – FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros – FNP em conjunto com as centrais sindicais e movimentos promoveram um ato nacional no Rio de Janeiro (RJ) em defesa da soberania nacional, das empresas estatais, pela reversão das privatizações e reconstrução de um Brasil soberano, democrático e com justiça social.

O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB participou da manifestação, que teve início na antiga sede da Eletrobras, junto a outros movimentos. O ato seguiu pela Candelária até o edifício sede da Petrobrás, na Avenida Chile.

“A Petrobras é o símbolo da soberania nacional, porque num mundo onde a questão energética é cada vez mais central na geopolítica e impulsionamento dos países, ter uma empresa como Petrobras à serviço do povo brasileiro, à serviço de um desenvolvimento industrial e tecnológico é imprescindível”, afirma Robson Formica, integrante da coordenação nacional do MAB.

O dirigente ressalta que é importante que o Movimento, que faz a luta pela soberania, participe e se some ao ato, porque a Petrobras passou por diversos ataques em gestões anteriores, em que houve ações de privatização, sucateamento e fechamento de unidades. Segundo Formica, esses eventos prejudicaram consideravelmente o povo brasileiro do ponto de vista econômico e social.

“Por isso, é fundamental, como dizia o presidente Lula na campanha, abrasileirar os preços e a própria companhia, para que ela sirva não aos interesses do capital especulativo, mas aos brasileiros – para que eles possam adquirir o gás de cozinha e o combustível a preços acessíveis e justos. E que ela contribua cada vez mais com o processo do desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, social e ambiental e com a transição energética do país. A gente não pode abrir mão da Petrobras como ferramenta pra tudo isso”, ressalta Formica.

O ato no Rio de Janeiro reuniu petroleiros de vários estados do país, junto a eletricitários, educadores, servidores públicos, metalúrgicos, bancários, agricultores, estudantes, lideranças políticas e sociais. “É um ato que une trabalhadores do campo e da cidade em uma manifestação histórica”, explica Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP.

Para Roberto Oliveira, também coordenador do MAB, participar do ato de hoje é importante, porque a Petrobras é uma empresa do povo brasileiro. “Desde a sua constituição até se transformar em uma das principais empresas do mundo. Desde a pesquisa científica até a perfuração, o refino e a distribuição nos postos de combustíveis, ela é obra do povo brasileiro e dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma.

“Pensar a Petrobras pública, estatal e fortalecida, assim como a Eletrobras, é critério para pensar em um projeto de país, livre, soberano e justo”, complementa Roberto.

Também com foco em fortalecer a Petrobras e suas subsidiárias, no Paraná, acontece um ato no município de Araucária, região metropolitana de Curitiba, onde está Refinaria Getúlio Vargas (REPAR) e a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que havia sido posta a venda. “A fábrica hoje se deteriora, enquanto o povo brasileiro precisa de fertilizantes para fomentar a produção de comida no país, afirma Robson Formica. Ele explica que hoje há uma luta de retomada da atividade nessa unidade.

A Fafen foi fechada por Jair Bolsonaro em março de 2020, o que causou a demissão de centenas de trabalhadores e prejudicou a produção nacional, na esteira de duas outras fábricas abandonadas pelo governo Temer: uma na Bahia, situada em Camaçari, e outra em Sergipe, localizada no município de Laranjeiras. O resultado foi um aumento progressivo da dependência brasileira do fornecimento internacional da Rússia, em guerra com a Ucrânia desde no início do ano passado.

Neste contexto, Roberto reforça a importância dos brasileiros apoiarem as empresas estatais. “O projeto de país que precisamos constituir passa pelo fortalecimento das empresas do povo brasileiro, mas também pela afirmação de um projeto de caráter popular para o setor energético e demais setores da economia e sociedade. Esse é um projeto com distribuição das riquezas e controle exercido pelos trabalhadores”.


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