Nota | RLAM tem de ser reestatizada! A Bahia não pode se render ao monopólio da Acelen

Petroleiros da Bahia pedem pela reestatização da refinaria de Mataripe (antiga Refinaria Landulpho Alves – RLAM), privatizada em 2021, que está sob controle da Acelen, empresa do fundo árabe Mubadala

O Sindipetro Bahia defende a reestatização urgente da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) para o bem da economia da Bahia e dos consumidores baianos. A entidade sindical conclama a população, os movimentos sociais, empresários e lideranças políticas a aderir à campanha pela reestatização da RLAM porque desde que a refinaria foi vendida para o grupo árabe Mubadala, em dezembro de 2021, os preços da gasolina, gás de cozinha e diesel no estado se tornaram uns dos mais altos do Brasil.

A Bahia virou refém de uma empresa privada que exerce o monopólio no estado, ditando os preços dos combustíveis sem nenhuma concorrência. A Acelen, empresa criada pelo Mubadala, para administrar a refinaria, hoje intitulada Refinaria de Mataripe, já anunciou que não vai seguir a nova política da Petrobras que acabou com o PPI (Preço de Paridade de Importação), que dolarizava os preços dos combustíveis no Brasil.

A decisão da Acelen de manter a política de PPI – que sempre foi mais severa do que a da Petrobras – vai fazer com que a diferença dos preços dos combustíveis vendidos na Bahia em comparação aos outros estados fique ainda maior.

Os baianos vão continuar comprando gasolina, gás e diesel como se a moeda corrente do país fosse o dólar. Um grande prejuízo para os consumidores, empresários, comerciantes e a economia do estado. O combustível caro também vai influenciar na inflação e preços dos alimentos na Bahia.

Na ocasião da venda da RLAM, por preço abaixo do valor do mercado, o Sindipetro e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertaram para o perigo da formação do monopólio privado regional de petróleo. Em pouco tempo de privatização já é possível apontar os prejuízos.

Para o Sindipetro Bahia, a manutenção da RLAM como empresa privada vai prejudicar ainda mais a economia baiana. Por isso, a entidade sindical defende a reestatização da refinaria baiana, assim como mais investimentos para modernizar o seu parque de refino, levando a 100% da sua capacidade de processamento.

Queremos uma refinaria incorporada ao conjunto das outras refinarias da Petrobras, que tenha preço justo para o consumidor, que gere empregos e que garanta o abastecimento pleno de derivados, não só da Bahia, mas também contribuindo para o abastecimento do país, em especial do Nordeste.


A Plataforma Operária e Camponesa da Água e da Energia (POCAE), endossa essa luta. A Petrobrás é uma empresa fundamental para a manutenção da soberania brasileira e garantia de condições de dignidade de vida do povo. A privatização da RLAM faz parte de uma política de fatiamento da estatal, processo esse que tira das mãos do povo brasileiro as condições mínimas para sobreviver. A privatização da refinaria impacta não só no preço dos combustíveis e do gás de cozinha, mas em toda uma cadeia que faz com que o alimento chegue na mesa dos trabalhadores.

A POCAE levanta a bandeira pela reestatização da RLAM na Bahia, a luta dos petroleiros também é nossa.

Soberania é a Petrobrás na mão do povo!

Conteúdos relacionados
| Publicado 25/05/2021

Nota da POCAE em solidariedade aos trabalhadores em greve da Petrobras Biocombustíveis

Trabalhadores lutam contra a privatização da subsidiária que é uma das maiores produtoras de biodiesel do país.

| Publicado 31/05/2023 por Coletivo de Direitos Humanos do MAB

NOTA | MAB é contrário à tramitação do Projeto de Lei 2257/2023 em regime de urgência

Projeto apresenta propostas de reparação para atingidos por rompimentos e desastres ambientais, mas reduz o conceito de atingido e desconsidera os diversos debates públicos em torno da Política Nacional dos Atingidos por Barragens

| Publicado 02/10/2020 por Guilherme Weimann do Sindipetro Unificado SP

Privatização da Petrobrás: saiba 8 motivos para ser contra

Emprego, educação, saúde, abastecimento de combustíveis, meio ambiente, cultura e esporte são algumas das áreas que podem ser impactadas com a venda da estatal