Atingidos do Paraopeba realizam a 2ª Conferência livre de saúde dos Atingidos e Atingidas

Durante o evento, que aconteceu em Betim (MG), foram elencadas reivindicações dos atingidos que serão apresentadas durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde

Encontro, que aconteceu em Betim (MG), promoveu debates sobre o impacto de rompimentos de barragens para saúde coletiva nos territórios atingidos. Foto: MAB/MG

Organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, a Conferência de Saúde dos Atingidos reuniu 164 participantes de 13 municípios das 5 regiões do Paraopeba para debater os efeitos do rompimento da Barragem do Córrego do Feijão para a saúde coletiva no território.

Ao final do encontro, realizado em Betim (MG), foi elaborada uma pauta de reivindicações que será apresentada na 17ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em julho deste ano pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). O evento, que acontece a cada quatro anos, é um dos mais importantes espaços de diálogo entre governo e sociedade para a construção das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS).

A mesa de abertura do evento dos atingidos contou com a participação de representantes das três assessorias técnicas independentes que atuam no Paraopeba, do MAB, da Comissão de Orientação em Situação de Emergência e Desastres e do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais.

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Além dos temas recomendados pela organização da Conferência de Saúde, os atingidos propuseram o debate de um tema específico: “A Saúde dos Atingidos: Viver em Ambiente Contaminado”. A partir dessa pauta, os presentes relataram a sua própria situação para refletir sobre como o SUS pode e deve lidar com o tipo de problema enfrentado pelos moradores de áreas contaminadas.

“Sem o rio, sem água, sem peixes, sem plantações e com a poeira trazendo os metais pesados no ar, como cuidar e garantir o direito constitucional à saúde? Como garantir a segurança hídrica e a segurança alimentar das populações atingidas pelos crimes das mineradoras? Ao compreender o contexto da sua própria situação, várias propostas foram debatidas”, afirmou o coordenador do MAB no evento.

A proposta mais mais votada no encontro foi o pedido de criação, no SUS, de um protocolo de atendimento aos moradores de áreas contaminadas por rompimento de barragens de mineração, como no caso das bacias do Paraopeba e Rio Doce. Também foi proposta a criação de um fundo com recursos das empresas poluidoras em caráter preventivo para atender aos moradores afetados em caso de crimes ambientais, como no caso do rompimento de barragens, por exemplo. Depois de votadas as propostas, a Plenária Final elegeu 4 pessoas atingidas para serem delegadas durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde

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