MAB e UFFS promovem seminário regional com mulheres atingidas pelas barragens de Itá e Machadinho

Seminário faz parte de programação de projeto focado em saúde popular que abrange os municípios de Erechim, Aratiba, Mariano Moro, Marcelino Ramos e Machadinho

Foto: Edson Rosa

Na manhã da última terça-feira, 09 de agosto, mulheres atingidas por barragens se reuniram no município de Erechim para o Seminário Regional do projeto “Mulheres Atingidas por Barragens Resgatando Saberes e Multiplicando Saúde II”. O projeto é uma iniciativa do Movimento dos Atingidos por Barragens no Rio Grande Sul em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul.

O encontro foi organizado pelo MAB junto ao Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudos Agrários, Urbanos e Sociais/NIPEAS da universidade contou com a participação de 60 mulheres da região do Alto Uruguai Gaúcho, entre beneficiárias do projeto, militantes do MAB e representantes de entidades e organizações parceiras.

O objetivo do projeto, que teve sua primeira edição em 2019, é promover a organização comunitária de mulheres atingidas pelas barragens de Itá e Machadinho, a partir do debate sobre os impactos causados por estes empreendimentos e os direitos das atingidas. A partir dessa reflexão sobre os danos causados especialmente na saúde coletiva das populações afetadas, a ideia é promover o resgate de saberes populares e tradicionais das comunidades nessa área, incluindo o uso de plantas medicinais e outros cuidados com o bem-estar.

Os professores Vanderleia Laodete Pulga, Emerson Neves da Silva e Cristiane Nadaleti recebendo presentes de agradecimento das atingidas de Mariano Moro. Foto: Edson Rosa

Para isso, o projeto promoveu entrevistas na casa das atingidas e encontros municipais nos cinco municípios envolvidos: Erechim, Aratiba, Mariano Moro, Marcelino Ramos e Machadinho.

Durante o encontro da última terça, Cristiane Nadaleti, doutoranda em Educação, fez uma fala sobre a conjuntura política em que o debate sobre os atingidos está inserido. Posteriormente, foram apresentados os resultados preliminares da pesquisa pelo professor Emerson Neves, coordenador do projeto pela UFFS. Por último, foi promovido o debate sobre a saúde popular e a construção de políticas públicas para fortalecer essa prática, conduzido pela professora Vanderleia Pulga, do curso de Medicina da UFFS campus Passo Fundo.

Dentre as organizações e entidades parceiras, estiveram presentes representantes da direção da UFFS campus Erechim, do Levante Popular da Juventude e Direção da UEE Livre, do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP), do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) e do Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (SUTRAF AU).

Como encaminhamento, foi firmada a continuidade do trabalho junto às atingidas por barragens, para que se avance no processo de organização comunitária e na luta por saúde, vida digna e direitos.

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