8M| Atingidas se somam à ocupação da Secretaria da Agricultura em Porto Alegre/RS
Mulheres do campo e da cidade exigem do governo do estado ações emergenciais para apoiar agricultoras e agricultores atingidos pela seca
Publicado 08/03/2022 - Atualizado 08/03/2022
Neste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, atingidas do Rio Grande do Sul se somaram a cerca de 200 agricultoras de Porto Alegre-RS que cobram ações urgentes e concretas para amenizar os impactos da estiagem no estado, que vem causando consequências severas na vida do povo camponês. Para reivindicar seus direitos, as militantes organizaram uma ocupação em frente à Secretaria de Agricultura do município.
Segundo Maria Martins, moradora do bairro Lomba do Pinheiro, a situação de vulnerabilidade das atingidas e pequenos produtores de forma geral tem se agravado com a inflação. “Com a seca e a falta de recurso não dá! As coisas estão ficando cada vez mais caras e isso tende a piorar, porque o nosso governo, infelizmente, não nos apoia, não apoia o agricultor e isso se reflete na cidade. Quem trabalha já ganha pouco e quem não trabalha por causa da falta de emprego está passando necessidade. A gente pede encarecidamente que o nosso governo nos ouça e nos dê uma posição favorável, porque a gente não vive, a gente sobrevive nesse país.”
De acordo com as manifestantes, o governo gaúcho não tem tomado providencias a respeito da situação dos atingidos pela seca no estado, mesmo após mobilizações e reuniões com a secretária de agricultura, Silvana Covatti, e com o secretário Chefe da Casa Civil, Artur Lemos.
De acordo com as representantes do MAB, o governador Eduardo Leite já anunciou a destinação de recurso no valor de um salário mínimo para cada uma das 42 mil famílias de agricultores atingidas, além de créditos de até R$ 10 mil por família, sem juros. Até o momento, porém, não houve nenhum repasse. Além disso, as organizações representantes da agricultura familiar ressaltam que as medidas anunciadas ainda são insuficientes para atender a grande quantidade de famílias que sofrem com a seca.
As camponesas seguem em luta, cobrando uma audiência com o governador para que este encaminhe decretos emergenciais para a implementação imediata das medidas já anunciadas. Como encaminhamento da mobilização de hoje, está marcada para amanhã, 9, 10h uma audiência com a secretária de agricultura. Dentre as organizações que protagonizam a luta de hoje estão MAB, MST, MPA, CUT, Consea, Unicafes e Fetraf.
Na parte da tarde, em Porto Alegre, está sendo realizada uma roda de conversa com mulheres do campo e da cidade no Largo Glênio Peres, dando sequência às atividades do Dia Internacional da Mulher.
Em Erechim, no interior do estado, acontece a Plenária Municipal de Mulheres, com o lema “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro Nunca Mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome”, às 18h30, no Santuário Nossa Senhora de Fátima. Já no dia 12, próximo sábado, será realizado, em Alecrim, o Encontro Municipal das Mulheres Atingidas, como parte da jornada de luta das mulheres no mês de março.