MAB se junta ao Grito dos Excluídos em manifestações por todo o País

Grito dos Excluídos aconteceu durante manifestações Fora Bolsonaro, no feriado do 7 de setembro, denunciando violações de direitos básicos da população

Vale do Anhangabaú em São Paulo. Imagem: Guilherme Gandolfi


Nesta terça, 7 de setembro, a 27ª edição do “Grito dos Excluídos” reuniu diferentes movimentos sociais, frentes da juventude e pastorais em todo o país com o mote “na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já”! A mobilização aconteceu junto aos atos Fora Bolsonaro em todo o país. A realização do ato ocorre anualmente no feriado da Independência com foco em trazer à tona temas que afetam a vida dos trabalhadores do Brasil, como o direito à saúde pública, à moradia, à alimentação, ao trabalho, à liberdade de expressão e à democracia.

O coordenador nacional do MAB, Francisco Kelvim, destaca que o Grito dos Excluídos (as) é fruto de um intenso processo de articulação entre setores da Igreja Católica do Brasil, em especial as pastorais sociais e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e o campo democrático do país. “Neste ano especificamente, o Grito denunciou a piora da qualidade de vida da maioria do povo brasileiro, que passa a conviver – sob o governo Bolsonaro – com a inflação dos alimentos, a alta da tarifa de energia, o risco de apagão que volta a afligir o país e a explosão do preço dos combustíveis, incluindo o gás de cozinha, que, em algumas cidades, já chega a R$ 105,00”, afirmou Kelvim.

Militantes do MAB em manifestação em Florianópolis (SC). Foto: Coletivo de Comunicação do MAB

Todos os anos, a escolha do lema da mobilização popular dialoga com o tema da Campanha da Fraternidade da (CNBB) e com a conjuntura política, social e econômica do país. “Por isso, em 2021, a agenda do Grito dos Excluídos se junta à agenda do Fora Bolsonaro e das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo para denunciar também essa gestão genocida e irresponsável que o Governo Bolsonaro vem fazendo da pandemia, que já levou cerca de 600 mil brasileiros e brasileiras”, acrescentou Kelvim.

Os atos Fora Bolsonaro aconteceram em cerca de 200 cidades do país e contaram com manifestações de partidos políticos e organizações sociais. A maioria das falas expôs questões como à falta de políticas de combate à fome e à pobreza, a entrega do patrimônio público à iniciativa privada, através da privatização das empresas estatais brasileiras, a afronta aos direitos dos povos originários e a negligência de Bolsonaro na gestão da pandemia. Desde o início da crise da COVID-19, o governo dificultou a aquisição de vacinas, defendeu tratamentos ineficazes, sabotou medidas de prevenção sanitária e postergou auxílio social à população mais vulnerável.

Ato no Anhagabaú em São Paulo – SP. Imagem: Guilherme Gandolfi

Kelvim avalia que os atos contrários ao governo foram maiores em número de cidades e pessoas totais envolvidas do que que os atos pró-governo, já que as manifestações bolsonaristas tiveram uma maior adesão apenas em São Paulo e Brasília. “È importante destacar, porém, que com os atos de hoje, o Governo consegue aglutinar todo esse setor do bolsonarismo radical  – que estava desorganizado – em torno de novos ataques ao Supremo Tribunal Federal e de ameaças golpistas para a Eleição de 2022, inclusive com caravanas que contaram com patrocínio de empresas privadas. Isso serve para Bolsonaro medir as forças que tem para aplicar um golpe até mesmo antes das eleições”, ressalta o militante.

“Por isso, temos que nos manter na rua, organizando nosso campo para fazer o enfrentamento desse governo e a defesa da democracia. Nosso grito, nesse 7 de setembro, é um grito por democracia, por soberania nacional e popular, porque completamos 199 anos de ‘Independência do Brasil’, mas, de fato, não temos a independência que o Brasil precisa, independência do imperialismo, do colonialismo. A nossa tarefa nesse momento é darmos um basta às milícias que tomaram conta do governo federal”, conclui Kelvim.

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