Em roda de conversa do Grito dos Excluídos moradores de Candeias do Jamari discutem saídas para os problemas da cidade
Publicado 10/08/2021
Na última sexta-feira, dia 30 de julho, às 19h, aconteceu a II Roda de Conversa organizada pela Articulação do 27º Grito dos Excluídos e Excluídas e da 6ª Semana Social Brasileira, com o tema “Terra, Teto, Trabalho e Participação Popular.
Seguindo os cuidados sanitários exigidos pelo momento de pandemia, foi possível realizar o encontro presencial no Barracão da Comunidade Sagrado Coração de Jesus, em Candeias do Jamari. O encontro contou com a participação de aproximadamente 30 pessoas.
O momento de mística trouxe a reflexão de sermos sal da terra e luz do mundo. O cristão tem esse dever de ser esse sabor e essa luz na realidade onde vivemos. Além dos Educadores e Educadoras das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Porto Velho, que coordenaram a Roda de Conversa, estiveram presente os membros da Comissão Justiça e Paz de Candeias do Jamari, o Vice-Prefeito do município e alguns Secretários municipais.
Após uma breve introdução do tema da 6ª semana social Brasileira: Mutirão pela Vida: por Terra, Teto e Trabalho e Participação Popular, foi conduzido um trabalho em grupos, onde se dividiu os participantes em três grupos: Terra, Teto e Trabalho. Os grupos foram unânimes em levantar as problemáticas locais em relação ao acesso à terra, ao teto e ao trabalho, bem como o acesso à água. Foi destacada a preocupação em relação aos assentamentos de reforma agrária, com pouco ou quase nada de incentivo à produção e ainda com uma vasta persuasão à concentração de terras por parte do agronegócio. Existe conflitos de terra na região, bem como a questão do êxodo rural ou mesmo a insustentabilidade do agricultor com relação a viver somente da sua produção. Contudo, o município tem buscado apoiar as inciativas dos agricultores.
Em relação ao grupo teto, também se registrou alguns loteamentos imobiliários no município, o que teve que ser suspendido por questões de irregularidades. O grupo que debateu sobre o trabalho, também levantou a questão da agricultura familiar como geração de renda. Infelizmente, existe uma dura realidade no campo, onde as famílias de agricultores estão tendo que trabalhar fora do campo, porque não estão conseguindo uma viabilidade na terra. Ainda em relação ao trabalho, no município existe uma larga mão de obra para o mercado informal, o que acaba gerando uma preocupação futura em relação à aposentadoria por tempo de serviço. Talvez uma das saídas possíveis é investir na agricultura familiar. Um município que produz o seu próprio alimento é soberano.
Por fim, como gesto concreto, o grupo assumiu o compromisso de aprofundar o debate sobre um dano ambiental que vem acontecendo no Rio Candeias, onde empresas vêem se beneficiando com o aval de órgãos públicos na retirada de areia do leito do rio. Esse fato vem ocorrendo há anos, o que tem deixado impactos muito sério para comunidade local.
Se o campo não planta! A cidade, não almoça, nem janta!!
Padre Ezequiel Ramin, presente, presente, presente!!