Atingidos discutem com a Fundação Getúlio Vargas impactos do crime da Vale/Samarco/BHPBilliton na Bacia do Rio Doce
A discussão aconteceu em reunião envolvendo diferentes lideranças do setor pesqueiro de Conceição da Barra-ES e representante estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Publicado 29/07/2021 - Atualizado 02/08/2021
Na última quarta-feira (28), a Gerência Municipal da Pesca, representantes da construção e reparação naval e de peixarias e pescadores, além do vereador e membro da coordenação estadual do MAB, Leandro do Estaleiro, deram continuidade, juntamente com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), à construção do relatório sobre o impacto do crime na vida dos verdadeiros profissionais do setor pesqueiro na região. Na reunião, os presentes puderam relatar como eram suas vidas antes do ocorrido e o que mudou após o crime.
De acordo com Adriano dos Santos, o Bibi, gerente de pesca do município, antes do crime, em 2015, a fartura era presente no rio e no mar que banham Conceição. “Camarões e peixes eram nossas principais pescarias. Pescávamos das pedras ao norte até o Rio Doce ao sul. Hoje, só recuperamos 30% de nossas pescarias”, relembrou Bibi, que atua na luta pela reparação dos atingidos da Bacia.
Na ocasião, os representantes também agradeceram as instituições e movimentos que nunca desistiram de lutar ao lado dos pescadores, como o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública e o MAB. “As instituições dão força para lutarmos e não desanimarmos na caminhada contra as empresas e aproveitadores”, afirmou atingido Aroldo Paranaguá, que estava presente na reunião.
Os presentes ressaltaram ainda a importância de que este relatório continue sendo construído pelos verdadeiros atingidos e atingidas de Conceição da Barra.