Em Seminário, Via Campesina-Brasil irá discutir diversidade sexual

Evento terá participação de pessoas LGBTI do campo, das águas e das florestas. A programação inclui a discussão de temas como a conjuntura política e os desafios do período de pandemia

Nos dias 24 e 31 de julho, das 14h às 17h30, a Via Campesina-Brasil realizará o 1ª Seminário das LGBTI da Via Campesina-Brasil. O espaço será virtual, via Zoom, e contará com a participação das LGBT do campo, das águas e das florestas de todo o país.

Com o objetivo de refletir sobre os desafios da luta pelo território, pela terra e por soberania alimentar, a atividade pretende realizar uma leitura comum sobre a atual conjuntura e os impactos da mesma na vida das LGBTI.

A Via Campesina é uma organização internacional de camponeses composta por movimentos e organizações populares. A organização visa articular os processos de mobilização social dos povos em nível internacional. Com a realização desse primeiro seminário a proposta é que esse espaço possa acumular para consolidação o debate sobre diversidade sexual e gênero no interior dos movimentos e organizações que compõe a Via no Brasil.

Sobre a realização desse debate, Dê Silva, do Coletivo LGTBI da Via Campesina-Brasil, afirma que essa discussão dá visibilidade aos sujeitos que historicamente foram invisibilizados no campo, nas águas e nas florestas. Para ela, debater esse tema é reafirmar o caráter popular da Via Campesina e outras organizações sociais. É uma forma de desmistificar essa ideia do campo majoritariamente masculino e cisgênero. A gente sabe que o campo historicamente sempre teve diversidade. Os LGBT e as mulheres apenas não foram enxergados no processo de lida com a terra e no processo de luta pela terra.”

Por isso, Dê reforça a importância da realização do seminário para reafirmar os direitos de cada sujeito e cada sujeita que compõem as fileiras das organizações sociais. “Esse tema se relaciona com a luta de nossos movimentos, porque eles são populares, são de luta e vem para reforçar o nosso caráter. Reafirmam também o nosso compromisso com a luta de classes, com a democratização do campo e da terra e reafirmam ainda que os nossos movimentos se comprometem com a diversidade humana. Nós estamos empenhados e empenhadas na construção dessa nova sociedade. E acreditamos que essa nova sociedade precisa ser baseada no respeito com o diverso”, explica .

Programação

Durante os dois dias serão discutidos temas como: “Análise de Conjuntura Política e os desafios neste período de pandemia”, “Diversidade Sexual e de gênero e Lutas de Classe no campo, nas Águas e nas Florestas”, “Os desafios da diversidade sexual e de gênero no movimento internacional da Via Campesina” e os “Desafios da pauta LGBTI na Via Campesina nacional e internacional”.

Os temas serão mediados por militantes das organizações que compõem o Coletivo LGBTI da Via Campesina-Brasil, dirigentes de diversos movimentos populares da Via, convidados do Movimento LGBTQIA+, como a presidenTRA da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), Symmy Larrat, e integrantes da Via Campesina Internacional.

Além do português, o Seminário terá tradução para o inglês e espanhol.

*Wesley Lima é jornalista, integrante do Coletivo LGBTI Via Campesina-Brasil e do Setor de Comunicação do MST

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