Vale dificulta pagamento do auxílio emergencial para atingidos pelo crime em Brumadinho

Atrasos, cortes e bloqueios de pagamento do Auxílio Emergencial dificulta vida dos atingidos durante pandemia do Covid-19, na bacia do rio Paraopeba Mineradora Vale atrasa, corta e bloqueia o pagamento […]


Atrasos, cortes e bloqueios de pagamento do Auxílio Emergencial dificulta vida dos atingidos durante pandemia do Covid-19, na bacia do rio Paraopeba

Mineradora Vale atrasa, corta e bloqueia o pagamento emergencial dos atingidos pelo rompimento da Barragem B1, do complexo Mina Córrego do Feijão, em janeiro de 2019, em Brumadinho. Os atingidos, organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, apontam que centenas de pessoas estão sem receber o recurso financeiro garantido para os atingidos dentro de um quilômetro das margens o rio Paraopeba. 

Segundo os atingidos, ao procurarem os postos de atendimento da mineradora nas comunidades, são informados que os documentos são considerados “inconsistentes” para o recebimento do recurso, o que, dito em reuniões pelos funcionários da Vale, acusa fraude. 

Para Thomas Nedson, morador da Colônia Santa Izabel, em Betim, os documentos apresentados pelas comunidades são contas de água, energia e os cadastros nos postos de saúde, de acordo com os critérios. “Era necessário que fosse feita uma averiguação mais profunda sobre estes documentos, mas é mais fácil para Vale cortar e não ter custos em pagar os auxílios, deixando os atingidos prejudicados”, relata o membro da Comissão de Atingidos.   

A situação se repete em outras cidades da bacia e as condições de vida dos atingidos se agrava. Em Juatuba, moradores que dependiam diretamente do rio Paraopeba para garantia da subsistência, como agricultura ou pesca passam por dificuldades para alimentar. O que está garantindo basicamente é a ajuda da comunidade em arrecadação de alimentos. 

“Estes problemas estão gerando o caos. Outra situação são os atrasos nos pagamentos que ficam até dois meses sem ser depositado. Queremos que a Vale respeite o direito conquistado e garanta o pagamento do auxílio”, reivindica Joelisia Feitosa, atingida de Juatuba.  

Situação se agrava com Covid-19 

Para garantir que os atingidos sigam as orientações do Sistema Único de Saúde (SUS) e a da Organização Mundial de Saúde (OMS) em permanecerem em isolamento social para enfrentar a crise da pandemia mundial do Coronavírus, o Covid-19, seria necessário que todos os pagamentos estivessem sendo pagos em dia e de forma integral a população atingida. 

“A Vale tem colaborado para que milhares de pessoas não tenham condições de enfrentar esta crise com segurança. Outro ponto importante é a volta do pagamento do auxílio emergencial de forma integral, como medida de proteger a população atingida”, aponta Miquéias Ribeiro da coordenação do MAB.   

Inquérito civil 

Foi instaurado um Inquérito Civil pelo Ministério Público de Minas Gerais para investigar os motivos dos cortes nos auxílios, suspensão e demoras nos pagamentos. Como parte do inquérito, alguns depoimentos de atingidos e da Vale foram colhidos. No entanto, com a pandemia o processo precisou ser suspenso. 

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